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Após operações na CLDF, deputados pedem cabeça de Robson Cândido

A tentativa de interferir nos trabalhos de investigação da PCDF ocorre em meio a graves denúncias de corrupção e organização criminosa

atualizado

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André Borges/Metrópoles
Robson Cândido, diretor-geral da PCDF
1 de 1 Robson Cândido, diretor-geral da PCDF - Foto: André Borges/Metrópoles

A presença da polícia nas dependências da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), por dois dias consecutivos, esquentou o clima entre deputados distritais. A coluna apurou que um grupo composto por cerca de 10 parlamentares, incluindo políticos que figuram como investigados nas operações, reuniu-se com objetivo de traçar estratégias para pedir a cabeça do delegado-geral da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), Robson Cândido, ao governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB).

Ibaneis, entretanto, não recebeu os parlamentares. A tentativa de interferir nos trabalhos de investigação ocorre em meio a denúncias graves de corrupção, peculato, tráfico de influência, lavagem de dinheiro, organização criminosa e a prática de rachadinhas em gabinetes da CLDF.

Conforme a coluna adiantou, nessa terça-feira (14/12), policiais da Delegacia de Repressão à Corrupção (Drcor/Decor) miraram em servidores lotados no gabinete de Donizet. Os funcionários são acusados de assinar folhas de ponto e não trabalhar. Entre os alvos da operação, há uma dupla sertaneja de Brasília, lotada no gabinete do parlamentar. Ocorre, ainda, a apuração sobre a prática de rachadinhas.

A investigação teve início em 2019, após denunciantes terem informado que alguns servidores do gabinete parlamentar não exerciam suas funções e repassavam parte da remuneração ao parlamentar por meio do chefe de gabinete. Na ação, foram apreendidos aproximadamente R$ 110 mil. Uma grande quantidade de notas de euros e dólares também foi encontrada. Parte estava em envelopes timbrados da CLDF.

Na manhã desta quarta-feira (15), a operação foi encabeçada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e pela Procuradoria-Geral de Justiça do DF. Os promotores visam desarticular um suposto esquema ilegal montado na Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape), que tem o propósito de direcionar contratações de locação de prédios para a instalação da sede da pasta. Entre os alvos, estão o deputado distrital Reginaldo Sardinha (Avante) e o empresário Paulo Octávio.

Manobra perigosa

Neste ano, a Polícia Federal descortinou um forte esquema montado na cúpula do governo do Tocantins que culminou no afastamento do governador desse estadoMauro Carlesse, por seis meses. As investigações que resultaram na determinação de afastamento do governador Mauro Calesse e de outros envolvidos são resultado de duas operações, chamadas Éris e Hygea.

O foco da Operação Éris é desarticular o braço da organização criminosa na Secretaria de Segurança Pública, suspeito de obstruir investigações e vazar informações aos investigados, enquanto a Hygea busca desmantelar esquema de pagamentos de vantagens indevidas relacionadas ao Plansaúde, plano de saúde dos servidores estaduais.

Em nota, a PF informou que, segundo as investigações, “o governo estadual removeu indevidamente delegados responsáveis por inquéritos de combate à corrupção conforme as apurações avançavam e mencionavam expressamente membros da cúpula do estado. Há ainda fortes evidências da produção coordenada de documentos falsos para manutenção dos interesses da organização criminosa”.

 

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