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Mortes na Papuda são investigadas. Indícios apontam para homicídio

A Sesipe e o MPDFT apuram se os três detentos mortos entre 31 de dezembro de 2017 e 18 de janeiro foram assassinados em brigas entre rivais

atualizado

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Gláucio Dettmar/CNJ
portas da papuda
1 de 1 portas da papuda - Foto: Gláucio Dettmar/CNJ

As mortes de três detentos do Complexo Penitenciário da Papuda em um período de 18 dias são investigadas pela Gerência de Inteligência da Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe) e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Embora as primeiras alegações sejam de óbitos por infarto ou parada cardíaca, fortes indícios apontam para que os detentos tenham sido assassinados dentro das celas.

Informações extraoficiais obtidas pelo Metrópoles indicam que durante a elaboração do laudo de necropsia de Thiago da Silva Miranda, de 27 anos, um perito identificou que ele teria morrido vítima de homicídio. Apesar de o documento ainda não ter sido concluído, a causa mortis identificada por um médico legista destaca que o corpo tinha sinais de asfixia mecânica. O custodiado foi o terceiro a morrer na Papuda desde 31 de dezembro de 2017. Por volta das 2h de quinta-feira (18/1), o preso por tráfico de drogas foi encontrado morto na Ala A, no bloco 6, do Centro de Detenção Provisória (CDP).

De acordo com a Sesipe, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado e fez o procedimento de reanimação. No entanto, não obteve sucesso. Segundo o órgão, o detento estava na unidade prisional desde 12 de dezembro de 2017.

Entre agentes penitenciários e familiares dos detentos, a hipótese levantada para os óbitos é que os presos tenham desenvolvido uma técnica para mascarar as causas das mortes. O método consistiria em fazer as vítimas ingerirem grande quantidade de água para depois atacá-las com um “mata leão”. Assim, os alvos têm parada cardíaca, provocada pela asfixia, que em um primeiro momento se confunde com morte natural. 

Embora a probabilidade ainda não tenha chegado aos investigadores da Sesipe, o subsecretário do Sistema Penitenciário, Osmar Mendonça, afirma que vai apurar a hipótese com rigor. “Todo caso de óbito no sistema é investigado. Se for morte natural, arquivamos o caso. Se for confirmado o homicídio, é aberto um inquérito a fim de responsabilizar o culpado”, afirmou.

Preocupação
Perplexos com os casos e desconfiados da sequência de mortes naturais no complexo penitenciário, o Conselho de Diretos Humanos do DF, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados e entidades representativas de familiares dos presos vão se reunir às 15h desta sexta-feira (19/1). A intenção é elaborar um documento conjunto, pedindo perícia externa dos casos, além da abertura de uma investigação no Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).

No início da semana que vem, vamos pedir ainda ao GDF os documentos das análises das mortes, os laudos. Faremos várias perguntas para saber que providências tomar.

Michel Platini, presidente do Conselho Distrital de Direitos Humanos


Outros casos
Entre os dias 31 de dezembro e 1º de janeiro de 2018, dois detentos da Papuda morreram no interior de celas. A última dessas mortes ocorreu na noite de segunda-feira (1º/1), também no bloco 6 do CDP. O preso tinha 40 anos e sofreu um infarto fulminante.

Agentes penitenciários acionaram o Serviço Móvel de Urgência (Samu) e o Corpo de Bombeiros, mas o atendimento não chegou a tempo de salvar a vida do interno.

Na véspera do Ano-Novo, outro preso, de 24 anos, teve uma parada cardíaca. Internado em regime provisório, ele passou mal na cela, com sintomas de falta de ar, mas o socorro não chegou a tempo. O detento começou a cumprir pena em 2017 pelo crime de tráfico de drogas. Morreu antes de ser julgado. 

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