Postos de gasolina do DF já vendem etanol a R$ 2,99
Reajuste no preço pegou brasilienses de surpresa. O combustível já havia sofrido um reajuste de R$ 0,10 na última semana
atualizado
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O aumento autorizado pela Petrobras foi apenas para a gasolina e o diesel. Mas os postos do Distrito Federal aproveitaram a carona para reajustar, também, o preço do álcool. Quem abastece com o combustível foi surpreendido na manhã desta quarta-feira (7/10) com mais uma alta. O preço do litro chegou a R$ 2,99, uma variação de 11% no valor em apenas uma semana, quando o litro custava R$ 2,69.
Cristiane e Alexandre Cirolini encheram o tanque do carro com etanol no início da tarde desta quarta. Mesmo com o reajuste nas bombas, decidiram fazer um teste para ver se o preço ainda sai mais em conta. “Como a gasolina disparou, decidimos recorrer ao álcool. O valor final não apresentou uma grande vantagem, mas vamos testar o rendimento”, disse Cristiane, 49 anos, professora.
Alexandre, 52, servidor público, conta que gastava uma média de R$ 160 para encher o tanque com gasolina. Hoje, com o etanol a R$ 2,99, a bomba marcou R$ 143.
Explicação
Maurício Benevides, 29, subgerente de um posto de combustível, explicou que os acréscimos são definidos com base no reajuste dos fornecedores: refinarias e distribuidoras. “Não temos autonomia para definir o preço dos combustíveis. Se aumenta na refinaria, a gente sente na bomba”, afirma.
Ele reconhece que o novo preço vai espantar os clientes. “Com o etanol a R$ 2,79, os clientes que costumavam encher o tanque já estavam colocando no máximo R$ 80. Imagina com o novo preço”, ressalta.
Novo aumento
A expectativa dos postos é que o preço aumente ainda mais. “É bem provável que tenhamos nova mudança no preço do álcool em breve. Provavelmente, o governo deixou de repassar o valor cheio do reajuste, então os postos vão fazendo as mudanças aos poucos”, anuncia Danilo Silva, 31, gerente de um posto da Asa Norte.
As usinas produtoras de álcool admitem que estão aumentando o preço do produto na fonte. Alegam que precisam reajustar porque se o valor do litro ficar muito abaixo do que é cobrado pela gasolina haverá uma procura maior pelo etanol e não há produção para isso. O resultado seria um reajuste maior ainda nas bombas.
Como os economistas explicam que só vale a pena abastecer com álcool quando o preço do litro representar 70% do valor da gasolina, o novo reajuste acabou com a vantagem de utilizar o etanol como combustível.
