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DF registra 6,7 mil empresas abertas em setembro, o melhor resultado dos últimos 33 meses

Apesar da crise econômica decorrente da pandemia da Covid-19, 2020 apresenta maior média de inscrições de novos negócios no DF desde 2018

atualizado

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Yanka Romão/Metrópoles
novos negócios df 2020
1 de 1 novos negócios df 2020 - Foto: Yanka Romão/Metrópoles

Nos últimos 33 meses, ou seja, desde o início de 2018, nenhum mês teve maior abertura de empresas na capital federal do que setembro de 2020. No total,  foram contabilizadas 6.744 inscrições de novos negócios no Cadastro Fiscal da Secretaria de Economia do Distrito Federal. O dado consta em levantamento ao qual o Metrópoles teve acesso.

O recorde anterior era de julho deste ano, com 6.591 inscrições realizadas no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJs), seguido pelo mês de novembro de 2019, com 6.513 novos registros.

Mesmo com a crise econômica causada pela pandemia do novo coronavírus, 2020 é o ano com maior média mensal de abertura de empresas no DF dos últimos três anos. O total de 5.573,11 companhias abertas neste ano supera os 5.281,92 e 4.582,50 novos registros de 2019 e 2018, respectivamente.

Confira os dados:

Alternativa ao desemprego

No entanto, de acordo com o economista Renan Silva, os dados sobre abertura de novos negócios não podem ser encarados como uma retomada do crescimento econômico candango.

“Na verdade, esses dados refletem que há muitas pessoas que perderam o emprego, muito por causa da pandemia, e estão procurando formas de renda alternativas”, explica o especialista.

Com pós-graduação em direito público e atualmente economista-chefe na empresa de investimento Bluemetrix, Renan Silva afirma que, há algum tempo, vivemos na “era do não emprego”. Para ele, há “muitos custos para contratar e, sem emprego, as pessoas acabam abrindo micro ou pequenas empresas para prestarem serviços e terem alguma renda”.

Corrobora com a avaliação do economista o fato de que 73% das firmas abertas no DF em 2020 serem de microempreendedores individuais (MEIs). Das 50.158 novas empresas criadas até setembro, 36.590 se declaram pertencentes a autoempreendedores, ou seja, pessoas que fizeram CNPJs para prestarem serviço de forma autônoma.

“O pessoal está empreendendo por necessidade”, aponta Guidborgongne da Silva, economista do Conselho Regional de Economia (Corecon-DF). Em sua visão, contudo, o setor público consegue sustentar os serviços da parcela da população que perdeu o emprego formal, uma vez que “53% da massa salarial do DF advém da máquina pública, minimizando o impacto da crise”.

“Barbeiro dos artistas”

Ainda conforme o levantamento da Secretaria de Economia do DF, o segundo setor com mais abertura de novas firmas desde 2018 é o que indica como atividade principal “cabeleireiro, manicure e pedicure”. Alguns profissionais que tinham abandonado o segmento acabaram voltando a empreender no ramo durante a pandemia.

“Não queria saber de salão nunca mais na minha vida”, afirma o barbeiro Maykson Vilar Azevedo, 29 anos. A desistência da atividade ocorreu após ele cair em um golpe em 2018. Na época, Mayk, como gosta de ser chamado, tentava vender sua loja em Formosa (GO) para se mudar para Brasília. Ele queria acompanhar a esposa, que estudava enfermagem no Distrito Federal, mas acabou levando um prejuízo de mais de R$ 120 mil.

“Não foi só a loja. Perdi também o carro e a casa, pois tive que vendê-los para quitar a dívida que fiquei”, revela. Com o prejuízo e precisando de dinheiro, o rapaz tentou trabalhar como operador de áudio e vídeo, segmento no qual tinha experiência, mas a crise e a escassez de oportunidades na pandemia o forçaram a buscar oportunidade em outro salão.

“Eu era dono e passei a ser empregado”, resume o profissional, que ficou um ano e três meses com uma cadeira alugada em salão do Sudoeste. “Comecei a cortar cabelo de umas pessoas famosas, e, então, as coisas começaram a acontecer naturalmente”, comenta o profissional das tesouras.

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Após uma breve e frustrada experiência societária com um colega, Mayk refez seus planos mais uma vez e decidiu empreender novamente, abrindo as portas no Sudoeste quatro dias após o GDF permitir a reabertura de salões de beleza no DF.

No novo estabelecimento, ele coleciona fotos com celebridades da cidade que passaram por suas tesouras e navalhas. É o caso do filho 04 do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Jair Renan; o cantor e bodybuilder Léo Stronda; Kaique, do grupo de pagode Di Propósito; a dupla Max e Luan; Misael Hip Hop;  Karol Heler, entre outros.

“Os clientes vestiram a camisa do meu negócio”, garante o chamado “barbeiro dos artistas”, revelando que “inclusive, ajudaram até com equipamentos para a loja”. Segundo Mayk, o faturamento do empreendimento gira em torno de R$ 30 mil, somando a loja, cursos e workshops que realiza. Há menos de um mês, ele passou a alugar uma cadeira no espaço para outro profissional. Muito grato, não esquece do apoio que teve, pois “quem mais me passou confiança e incentivo foram meus clientes”, agradece.

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