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Avô de motorista de aplicativo morto no DF: “Era um guerreiro”

Corpo de Túlio Russel César, 27 anos, está sendo velado no Cemitério Campo da Esperança de Taguatinga

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
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1 de 1 Avo-de-Tulio - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Inconformados com a morte do motorista de aplicativo Túlio Russel César, 27 anos, vítima de latrocínio (roubo seguido de morte), familiares velam o corpo do rapaz na tarde desta terça-feira (11/02/2020), no Cemitério Campo da Esperança, em Taguatinga. A vítima foi encontrada com um tiro na cabeça na estrada Vicinal (VC-311), no Sol Nascente, Ceilândia, na manhã de domingo (09/02/2020).

Formado em direito pelo Centro Universitário Iesb, Túlio havia sido demitido da empresa em que trabalhava como caminhoneiro há cerca de um mês. Foi então que resolveu alugar um carro, há menos de 10 dias, para começar a ganhar dinheiro como motorista da Uber e da 99 Pop.

Amigo do rapaz há sete anos, Danilo Botega, 37, conheceu Túlio na época em que faziam transporte de cargas em estradas interestaduais. Ao lembrar do amigo com quem chegou a dividir um apartamento, Danilo não conseguia conter as lágrimas. “Ele não tinha defeito para a gente. Era estudioso, determinado. Havia passado no concurso da Polícia Militar do DF (PMDF) e iria assumir em alguns meses”, conta.

“Eu fiquei sabendo [da morte de Túlio] no domingo, por meio de um grupo de amigos. Tínhamos nos falado na quarta-feira. É muito difícil pensar nisso. A ficha até agora não caiu”, lamenta Danilo.

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Na memória do avô Raimundo Batista da Silva (foto em destaque), 81, Túlio ficará lembrado para sempre como “o menino guerreiro”. “Ele lutava muito. Não esperava por ninguém para correr atrás das coisas”, afirma. “Lembro dele entregando pizza até meia-noite, depois também foi mexer com caminhão. Correu atrás de tudo sozinho. Conseguiu estudo com o trabalho da pizzaria”, acrescenta.

Com os olhos cheios de lágrimas ao olhar para o caixão, o aposentado ainda tenta entender a morte do neto. “Ele era como um filho para mim e agora se foi”, disse, comovido.

“Louco de Rohypnol”

rapaz de 21 anos que foi preso nessa segunda-feira (10/02/2020) confessou ter matado Túlio Russel César. Em depoimento aos investigadores da 23ª Delegacia de Polícia (P Sul), o suspeito, que não teve o nome divulgado, afirmou que “estava louco de Rohypnol”. O remédio é de uso controlado e aplicado em golpes, como o Boa noite, Cinderela.

Aos policiais, o suspeito detalhou que, durante o roubo, acabou atirando na vítima. Disse que se arrepende e ainda que “não queria ter cometido o homicídio”. Acrescentou que estava sozinho e “muito drogado”. O suspeito não soube dizer o que ocorreu no momento do crime. Afirmou que não se lembra se a vítima reagiu, se ele pensou que o motorista ia se defender ou se foi um tiro acidental. O jovem apenas afirmou o tempo inteiro que estava “muito louco” e dispensou a arma em um matagal.

“As investigações continuam no sentido de encontrar a arma usada no homicídio e apurar a participação de outras pessoas. Também aguardamos a conclusão dos laudos periciais”, explicou o delegado adjunto responsável pela investigação, Maurício Iacozzili.

O preso foi encontrado pela polícia na tarde dessa segunda-feira (10/02/2020) dentro do armário da casa onde mora, em Ceilândia. Ele usava tornozeleira eletrônica. Segundo os investigadores, o dispositivo registrou o trajeto feito pelo condutor antes de ser assassinado com um tiro na cabeça. O corpo da vítima foi localizado na manhã desse domingo (09/02/2020), na estrada Vicinal (VC-311), no Sol Nascente, na mesma região administrativa.

Após o latrocínio (roubo seguido de morte), o acusado rompeu a tornozeleira. Ele cumpria pena por roubo, furto e receptação. Na casa onde foi detido com outro comparsa, funcionava um desmanche de carros, além de ser usada para guardar produtos roubados em residências.

Com as duas prisões nessa segunda-feira (10/02/2020), já são quatro detidos pela PCDF. No entanto, apenas o rapaz de 21 anos vai ser autuado pelo latrocínio. Poucas horas após o crime, dois suspeitos haviam sido localizados com uma espingarda. A polícia ainda aguarda os exames de balística para confirmar se a arma foi usada no crime.

Segundo informações de Iacozzili, o caso é tratado como latrocínio. O celular, dinheiro e os cartões da vítima foram levados pelos bandidos. Os objetos ainda não foram localizados. As prisões ajudam a completar as estatísticas da delegacia. Neste ano, a 23ª DP elucidou 100% dos homicídios e latrocínios na região.

A mãe do motorista de aplicativo lamentou a morte do filho. Sheila Russel Kos, 48, afirmou que o sentimento é de “tristeza na alma”. O corpo do rapaz, que era formado em direito e havia passado no concurso da PMDF, vai ser enterrado na tarde desta terça-feira (11/02/2020), no Cemitério Campo da Esperança, em Taguatinga.

 

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