Aposentado ferido em protesto faz cirurgia de reconstrução do maxilar
Família foi informada de que o projétil que está alojado entre o maxilar e a nuca não será retirado, pelo menos a princípio
atualizado
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Ferido no rosto por um disparo de arma de fogo durante o protesto ocorrido na última quarta-feira (24/5) na Esplanada dos Ministérios, o servidor público aposentado Carlos Geovani Quirino, 61 anos, passou por uma cirurgia de reconstituição do maxilar nesta segunda-feira (29). Segundo o filho dele, o segurança Geovanni Luiz Quirino, o pai está sendo mantido em coma induzido no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), maior unidade de saúde do Distrito Federal, e respira com a ajuda de aparelhos.
Depois de quase três dias sem informações detalhadas sobre o estado de saúde do pai, a família recebeu neste sábado (27) um relatório completo dos médicos que acompanham o aposentado no HBDF. Os filhos tiveram a confirmação de que o projétil não atingiu a faringe nem a coluna cervical.
“Apesar da situação dele, o bom é que fomos informados sobre a parte clínica. Tivemos uma boa resposta. Saímos de lá mais tranquilos. Estávamos aflitos com a falta de informações”, disse Quirino, que veio de Belo Horizonte (BH) com um irmão e uma prima para acompanhar a situação do pai.
Segundo o filho do aposentado , os médicos informaram que Carlos foi atingido no lado direito do rosto por um projétil que está alojado entre o maxilar e a nuca. Inicialmente, segundo ele, a bala não será retirada. De acordo com o segurança, o relatório repassado à família pelo Hospital de Base será enviado a médicos na capital mineira para analisar a possibilidade de transferência do pai. “Lá, ele vai estar mais próximo da família”, explicou.Ao todo, 49 pessoas que estavam na Esplanada dos Ministérios durante o confronto entre policiais e grupos de manifestantes mascarados receberam atendimento médico. Quatro precisaram ser internadas, entre elas um estudante de 21 anos que perdeu três dedos da mão direita ao lançar um artefato em direção a um policial.
Investigação
A Secretaria de Segurança Pública e da Paz Social informa que já identificou os policiais que fizeram disparos de armas de fogo durante a manifestação contra as reformas da Previdência, Trabalhista e pelas Diretas Já. O órgão diz que um procedimento foi instaurado para apurar o fato. A Secretaria de Saúde não se pronunciou sobre as críticas da família de Carlos Cirilo, sobre falta de informação.
A PM diz que não recomenda o uso de arma de fogo em manifestações. “Essa atitude não é recomendada e nunca tinha visto acontecer antes. A manifestação foi muito agressiva, mas mesmo assim não podemos fazer isso. Todas as circunstâncias precisam ser apuradas”, afirmou o coronel Marcos Antônio Nunes, comandante-geral da PMDF, em coletiva à imprensa no dia da manifestação. (Com informações da Agência Brasil)