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Adoção: 36 crianças estão à espera, mesmo com 534 famílias cadastradas

Segundo a VIJ, atualmente, das 36 crianças disponíveis para adoção, 19 não têm famílias interessadas nelas

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adoção criança triste
1 de 1 adoção criança triste - Foto: Istock

Ao longo das últimas décadas, o número de adoções no Distrito Federal foram bem menores do que a quantidade de famílias interessadas no processo. Apesar desse cenário ser considerado ideal — já que a adoção é o último recurso utilizado para abrigar crianças e adolescentes —, ainda há uma grande preferência por crianças brancas ou pardas, sem doenças e com idade até 1 ano.

De acordo com dados da Vara da Infância e Juventude (VIJ-DF), atualmente, há 36 crianças e adolescentes cadastrados para adoção e 534 pessoas haviam demonstrado interesse em acolher os menores. Entre os cadastrados estão 58 solteiros; 30 divorciados; 46 em união estável; 399 casados e 1 viúvo.

Apesar disso, 19 menores ainda não têm interessados para eles por não serem compatíveis com o perfil idealizado pelas famílias.

A VIJ informou não dispor da quantidade de menores de 18 anos que estavam disponíveis para adoção nos anos anteriores, pois o número varia com frequência. Em 2022, por exemplo, apesar de haver 616 interessados em adotar, apenas 66 crianças foram adotadas.

Das adotadas no ano passado, 48 tinham entre 0 e 3 anos de idade, sendo a maioria meninos. Ainda em relação à 2022, entre os adolescentes — a partir dos 12 anos —, somente três foram adotados.

Perfil

Assessora técnica da VIJ, Luciana de Paula Gonçalves Barbosa, reforça que, das famílias habilitadas para adoção, a maioria prefere crianças do perfil “clássico”: brancas, sem doenças e sem irmãos.

“Isso tem mudado, já foi pior. Mas, a maioria dos habilitados querem o perfil clássico, que é bebê até um ano, sem doença, branco ou pardo. Essas pessoas ficam muito mais tempo na fila esperando. Das 36 [crianças] que estão disponíveis atualmente, a maioria não está dentro desse perfil”.

Luciana explica que, além do perfil, há muitas desistências por parte das famílias durante o processo. “Quatorze crianças já começaram o estágio de convivência, que é a fase de conhecimento mutuo das famílias habilitadas. Não quer dizer que elas terão a adoção concluída — o juiz pode indeferir quanto os habilitados podem desistir. Tem muita desistência, seja pela história da criança ou pelo estágio de convivência”, completa.

A assessora técnica esclarece que, antes de uma criança acolhida ser colocada para a adoção, a Justiça busca, de todas as formas, reintegrá-la à própria família. “Hoje, no DF, tempos 360 crianças acolhidas, ou seja, que identificamos algum risco e a criança saiu da família de origem. O DF segue uma tendência em que, dessas 360, menos de 20% vão para a adoção. É um número muito menor porque seguimos a ideia do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é a reintegração dessa criança à família, seja com os pais ou com parentes próximos”.

Processo de adoção

Famílias que queiram adotar devem procurar a VIJ-DF para manifestar o interesse. Após isso, passarão por um curso e por avaliação da VIJ. Depois, precisarão da autorização de um juiz da Vara para, então, serem colocados na fila de interessados.

É possível entrar em contato com a VIJ no WhatsApp pelo número (61) 99272-7849. Pessoas interessadas em adotar adolescentes, grupos de irmãos, crianças e adolescentes com deficiência, doença crônica ou com necessidades específicas de saúde têm prioridade legal na habilitação e na tramitação do processo de adoção.

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