metropoles.com

Preço do gás natural pode subir 50% a partir de janeiro

Distribuidoras aguardam análise do Cade sobre reajuste proposto pela Petrobras

atualizado

Compartilhar notícia

A Petrobras propôs um reajuste de 50% no fornecimento de gás natural (GN) para as distribuidoras de vários estados do país que têm contratos vencendo no fim de dezembro de 2021. No entanto, distribuidoras e indústrias aguardam análise do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), até o dia 20 de dezembro, para tentar frear o aumento e manter as bases dos contratos vigentes.

O reajuste incidirá no custo de aquisição do gás (referentes à molécula e ao transporte) vendido pela Petrobras às distribuidoras de todo o Brasil. E se dará não somente em função da alta da variação do Brent e do dólar, mas também por um adicional de 16%.

Com isso, a partir de janeiro de 2022, o preço do gás subiria de aproximadamente US$ 8 para US$ 12 por milhão de BTU (unidade térmica britânica) durante o primeiro ano de vigência dos novos contratos. Nos anos seguintes, haveria redução dos valores, a depender do preço internacional do petróleo e do dólar, além do eventual aumento de oferta da molécula por outros produtores.

De acordo com Rafael Chave, gerente executivo de Estratégias da Petrobras, o preço sobe para seguir o mercado internacional, “não para mirar lucro”, e que 40% dos combustíveis líquidos consumidos no Brasil são importados. Segundo ele, o preço do gás teria sido fruto de uma crise mundial. “Em 2021, a Petrobras importou quase 120 cargas de gás, contra 20 no ano passado. Além disso, temos outro problema, estamos com as térmicas todas ligadas e não está chovendo. Está faltando gás. E isso é um problema global”, diz.

O presidente do Sindirepa (www.sindirepa.org.br) e vice-presidente da Firjan, Celso Mattos, manifestou preocupação quanto a um novo valor do gás natural, visto que o contrato de fornecimento da Petrobras com as distribuidoras está chegando ao fim em 31 de dezembro.

“Ao majorar a formação do preço do gás haverá impactos significativos para o consumidor final, com redução na capacidade de retomada econômica e de expansão do mercado de gás. É lamentável que a necessidade de espaço das térmicas afete o segmento de demanda firme, historicamente atendido sem que se precise importar o GNL”, ressalta Mattos, defendendo a manutenção do contrato nos moldes atuais.

“O momento é extremamente inoportuno para a reestruturação do contrato vigente com as distribuidoras. Não defendemos uma interferência no modelo atual, o que defendemos é que não se crie gatilhos para cobrir perdas que a Petrobras tem em um segmento através da majoração de custos para o mercado de GNV e a indústria”, reforça. Mattos lembrou ainda que existe uma ação no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) com pedido de medida cautelar em prol da manutenção do contrato.

Ele lembrou ainda que a Naturgy – distribuidora de gás natural no estado do Rio de Janeiro – chegou a abrir uma chamada pública na tentativa de contratação de gás mais barato para as empresas Ceg e Ceg Rio. A compra do suprimento visava o atendimento ao mercado cativo das distribuidoras, a partir de janeiro de 2022. No entanto, a oferta pública não teve outras propostas a preços e condições técnicas viáveis, tendo sido a Petrobras o único ofertante com condições de garantia de entrega. Hoje, a Petrobras é a única empresa com capacidade para comercializar gás natural para as distribuidoras estaduais.

Katia Repsold, presidente da Naturgy, disse que este é um momento de união para se chegar à redução desse custo. “O preço elevado do gás num cenário em que existe apenas um fornecedor é um fator complicador”, frisou. “Num primeiro momento, queria-se um incremento de 200%, mas negociamos e chegamos a num percentual de 50%, mas compreendemos que essa questão precisa passar pelo Cade”, esclareceu.

Outras informações: www.sindirepa.org.br

Website: http://www.sindirepa.org.br

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?