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Crítica: Dear White People se supera na segunda temporada

O show volta com temas mais pesados e dá ainda mais visibilidade ao outro lado da moeda

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A segunda temporada da controversa série Cara Gente Branca (Dear White People, em inglês) estreou na Netflix no início de maio e, assim como a primeira parte, suscitou inúmeras discussões. Com bom humor e um tom extremamente direto, o retorno da atração almeja melhorar a trama do seriado.

Durante a primeira temporada, foi possível conhecer os personagens Sam, Joelle, Troy, Reggie, Coco e Lionel. Todos residentes do dormitório Armstrong-Parker. No local, carinhosamente chamado de A-P, abriga desde os anos 1960 a população negra da universidade, como mostra nos de diversos flashbacks, que, além de situar o espectador, expõem a história carregada de injustiças raciais ao longo dos episódios.

Na sequência, a série se reinventa e usa uma aparente metalinguagem: dialoga com as principais críticas e “textões de Facebook” produzidos sobre a atração. A direita alternativa, a apropriação cultural, a radicalização do movimento negro e a cultura do ultraje são alguns dos temas centrais do programa. Assuntos ainda relevantes o bastante na sociedade norte-americana.

Espelho da realidade
As situações vividas por esses alunos, que compõem o grupo de militantes da A-P, são reflexos exatos da evolução do movimento racial nos Estados Unidos atual. Os conflitos ilustram, às vezes de forma exagerada, a realidade da luta social do país.

Isso é caracterizado na série por meio de uma conta de rede social da Alt-Right (direita alternativa). Ela começa a ser uma das vozes para os jovens insatisfeitos com o programa radiofônico de Sam, chamado Cara Gente Branca.

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A agenda de Cara Gente Branca são tópicos populares entre os jovens americanos (e também brasileiros) como o radicalismo do “politicamente correto”, a apropriação cultural, a comparação da luta de millennials com a de seus pais e preconceitos sobre pessoas negras de pele mais clara. Todos os temas são tratados de maneira direta, como se o show conversasse diretamente com o espectador.

O show não foca somente em causas exclusivas da população negra. As questões mais generalistas, como o aborto e o direito feminino ao corpo, são retratadas pelo produtor Justin Simien.

A segunda temporada avança o debate sobre white guilt (culpa branca, em tradução livre).  Tradicionalmente privilegiadas, pessoas brancas sentem uma espécie de remorso pela capacidade de melhorar a vida das minorias. Gabe, o ex-namorado de Sam, é o exemplo concreto dessa prática, que tem atingido em cheio os millennials.

Avaliação: Ótimo

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