metropoles.com

A linha direta do Banco do Brasil com a campanha de Bolsonaro

Em um grupo de WhatsApp, funcionários do banco público orientam o QG do presidente a resolver imbróglio com doações recebidas via Pix

atualizado

Compartilhar notícia

Jacqueline Lisboa/Esp. Metrópoles
Prédios ao fundo
1 de 1 Prédios ao fundo - Foto: Jacqueline Lisboa/Esp. Metrópoles

Os problemas do QG eleitoral de Jair Bolsonaro com as doações recebidas via Pix fizeram o Banco do Brasil criar uma linha direta com a coordenação financeira da campanha do presidente da República.

O serviço especial foi posto à disposição para orientar sobre a melhor maneira de gerir as centenas de doações de pequenos valores feitas por apoiadores, que viraram uma dor de cabeça para o comitê bolsonarista.

A ideia é que, no grupo, funcionários do banco e integrantes da área financeira da campanha busquem uma solução para processar de forma automática as informações sobre as doações, que precisam ser declaradas à Justiça Eleitoral.

As doações via Pix se transformaram num estorvo para o QG de Bolsonaro após apoiadores do presidente iniciarem um movimento nas redes sociais pedindo que os eleitores dispostos a votar nele doassem até R$ 1 para a campanha.

Tela de grupo de WhatsApp que reúne campanha de Bolsonaro e funcionários do Banco do Brasil
O grupo de WhatsApp: troca facilitada de informações

O plano, bastante controverso, era usar o total de doadores como uma referência do número de eleitores pró-Bolsonaro e, assim, fazer o batimento com o total de votos obtidos nas urnas — uma eventual discrepância, a maior, seria usada para questionar os resultados a serem divulgados pelo TSE no próximo domingo.

Só que não deu certo. O volume de doações passa longe do número de votos que Bolsonaro deverá ter, mas foi suficiente para gerar um efeito colateral complicado de resolver, já que para cada transferência, mesmo as de valor insignificante — muitas foram de R$ 0,01 — é preciso emitir um recibo e fazer a devida comunicação ao TSE. Apenas entre os dias 12 a 19 de setembro, 275,4 mil doações ao comitê de Bolsonaro foram feitas por Pix.

A dificuldade de processar as informações fez os advogados da campanha pedirem ao tribunal que, em razão do problema, os prazos para a declaração das doações sejam flexibilizados, de modo que o atraso não gere problemas jurídicos para a chapa.

Indagado sobre a atenção dispensada à campanha de Bolsonaro, o Banco do Brasil respondeu apenas que “atende de forma indistinta a todos os seus clientes e busca sempre as soluções mais adequadas às suas demandas – inclusive em relação às contas eleitorais”.

O banco não explicou quem pediu o atendimento especial nem se oferece serviço semelhante às campanhas de outros candidatos.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comRodrigo Rangel

Você quer ficar por dentro da coluna Rodrigo Rangel e receber notificações em tempo real?