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Câmara dos EUA aciona FBI sobre suposta perseguição a bolsonaristas

Em ofício ao diretor do FBI, o presidente do Comitê Judiciário da Câmara dos EUA cobrou o envio de comunicações com o governo brasileiro

atualizado

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Al Drago / Bloomberg
Câmara bolsonaristas Jim Jordan
1 de 1 Câmara bolsonaristas Jim Jordan - Foto: Al Drago / Bloomberg

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos acionou o FBI sobre uma suposta perseguição a bolsonaristas que moram no país. O ofício foi enviado após a polícia norte-americana procurar dois aliados de Bolsonaro para coletar depoimentos no âmbito de um inquérito conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes.

Em carta endereçada ao diretor do FBI, Christopher Wray, o presidente do Comitê Judiciário da Câmara, Jim Jordan, pediu esclarecimentos sobre relatos de que “críticos e jornalistas” de Lula teriam sido interpelados por agentes do FBI, “em nome do governo brasileiro”.

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“No Brasil, meios de comunicação informaram recentemente que o FBI, em nome do governo brasileiro, entrou em contato com dois residentes dos EUA, incluindo um jornalista alvo de algumas das ordens de censura dos tribunais brasileiros”, diz a carta de Jordan enviada a Wray nesta terça-feira (21/5).

Como mostrou a coluna, o FBI entrou em contato com o comunicador Paulo Figueiredo e com o médico de Bolsonaro, Ricardo Camarinha. A abordagem ocorreu após a Polícia Federal brasileira pedir cooperação internacional para a realização das oitivas, que integram o caso das joias. A suspeita de Jordan é que o FBI tenha sido usado para “intimidar” e “censurar”, uma vez que ritos não teriam sido seguidos, como o envio de cartas rogatórias [quando há a comunicação entre o Poder Judiciário de países diferentes].

Diz o ofício redigido pelo parlamentar: “O Comitê descobriu anteriormente como o FBI trabalhou com um governo estrangeiro para facilitar a censura ao discurso dos americanos. Por exemplo, em 2022, o FBI, a pedido de uma agência de inteligência ucraniana, sinalizou contas autênticas de americanos, incluindo um documento verificado do Departamento de Estado dos EUA e contas pertencentes a jornalistas americanos. A recente divulgação do FBI [indagando Figueiredo e Camarinha] levanta preocupações sobre se o FBI está novamente ajudando e facilitando os esforços de censura de um governo estrangeiro”.

Elon Musk

Na carta, Jordan cita declarações de Elon Musk, dono do X [antigo Twitter], contra determinações de Alexandre de Moraes. E relata que o ministro do STF incluiu o bilionário na lista de investigados após Musk se negar a cumprir ordens de bloqueio de perfis.

“De acordo com relatos recentes, o governo brasileiro está tentando coagir a X Corp. a bloquear certas contas em sua plataforma de mídia social que o governo brasileiro considera estarem espalhando desinformação. Depois que X se posicionou em apoio à liberdade de expressão online, um juiz brasileiro [Moraes] abriu inquérito sobre X e seu proprietário, Elon Musk, por se recusarem a ceder às exigências de censura do Brasil”, escreveu o congressista norte-americano.

Jordan pediu ao diretor do FBI o envio de uma série de documentos até as 17h do dia 4 de junho. Entre a documentação solicitada estão “todas as comunicações entre funcionários do FBI, incluindo, entre outros, o adido legal do FBI no Brasil, a sede do FBI e o Escritório de Campo do FBI em Miami”, o Departamento de Estado americano e a Embaixada dos EUA no Brasil e outras agências dos EUA, referentes a ordens do STF ou do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) relacionadas à “suspensão ou remoção e contas no X, Rumble ou qualquer outra plataforma de mídia social”.

Além disso, o presidente do Comitê Judiciário cobra o envio de toda a documentação e comunicações entre o FBI e o governo brasileiro que tenham relação com as ordens de bloqueio de contas e perfis nas plataformas digitais. De acordo com Jordan, a documentação vai ajudar o comitê a “compreender a natureza e a extensão das interações do FBI com o governo brasileiro em relação aos seus esforços de censura”.

Em seus despachos, Moraes costuma justificar suas decisões como necessárias à manutenção do Estado Democrático de Direito.

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