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Marque a opção: Bolsonaro mentiu a Moro; não manda no PL; as 2 coisas

Bolsonaro garantiu a Sergio Moro que o PL não recorreria ao TSE, mas Valdemar Costa Neto já havia decidido o contrário. O Jair não sabia?

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Andre Borges/Esp. Metrópoles
Na imagem colorida, dois homens, Sergio Moro e Jair Bolsonao, estão centralizados. Eles usam terno e gravada escuro, têm cabelo curto e ambos são brancos -- Metrópoles
1 de 1 Na imagem colorida, dois homens, Sergio Moro e Jair Bolsonao, estão centralizados. Eles usam terno e gravada escuro, têm cabelo curto e ambos são brancos -- Metrópoles - Foto: Andre Borges/Esp. Metrópoles

Na geleia geral brasileira, cujos ingredientes principais são o oportunismo e a desonestidade, PL e PT se juntaram para cassar o mandato de Sergio Moro. 

Depois da sua vitória no TRE do Paraná, por 5 a 2, o senador dava como certo que o PL não recorreria da decisão ao TSE. Era o que Jair Bolsonaro lhe havia dito: que, se Sergio Moro escapasse da degola na primeira instância, o seu partido jogaria a toalha.

Como Valdemar Costa Neto, cacique do PL, já havia decidido que o partido recorreria, restam três alternativas: a) Jair Bolsonaro mentiu a Sergio Moro; b) Jair Bolsonaro não manda nada no partido que o abriga; c) as duas alternativas anteriores não são excludentes e estão corretas.

Eu fico com a alternativa c. Oscila entre a candidez e o cinismo, a desculpa que Jair Bolsonaro faz circular sobre o recurso do PL: é que ele e Valdemar Costa Neto não podem se comunicar por ordem do ministro Alexandre de Moraes — e, por causa desse entrave, foi impossível conversar mais detidamente sobre o assunto com o chefão do partido.

Segundo a jornalista Bela Megale, a justificativa de Valdemar Costa Neto para continuar com a ação é que, “como houve uso de dinheiro público do PL, é obrigatório que o partido siga até o fim com a ação”. 

É notória a preocupação de Valdemar Costa Neto com o uso legal de dinheiro público. Recorrer ao TSE para cassar Sergio Moro não tem nadica a ver com o seu propósito de eleger um nome do PL, Paulo Martins, para o lugar do ex-juiz da Lava Jato.

Paulo Martins foi o segundo colocado na eleição de 2022 e, se vier a se candidatar para a vaga aberta com a eventual cassação de Sergio Moro, teria o apoio do governador Ratinho Jr., cujo governo tem altíssimos níveis de aprovação, e do próprio Jair Bolsonaro, evidentemente.

Há outro aspecto no qual Valdemar Costa Neto não está nem um pouco interessado, que é o de agradar ao STF, no qual está enrolado até o pescoço. Mas de que estou falando? Como todo mundo sabe, Sergio Moro tem amigos queridos no Supremo: Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Alexandre de Moraes. Nenhum deles gostaria de vê-lo fora do Senado e com os direitos políticos suspensos por oito anos.

Jair Bolsonaro mentiu para Sergio Moro, não manda nada no PL e quer ver o ex-juiz da Lava Jato cassado, ao contrário do que diz ao próprio. Talvez isso facilite também a sua vida no STF e Sergio Moro não é um nome confiável para o bolsonarismo, apesar da reaproximação durante a última campanha eleitoral. A geleia é geral e tem um gosto muito ruim.

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