Lula, Haddad, Dino, Bolsonaros, Zema e juiz na minha bola de cristal
Nomes para suceder Lula : penso em trocar o mercado da opinião pelo da futurologia. Futurologia é bom porque pouca gente lembra os erros
atualizado
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O mundo está saturado de opiniões. Os jornais, sites noticiosos, rádios e emissoras de TV contam com pencas de colunistas que opinam sobre tudo — quer dizer, quase tudo. E há as redes sociais, nas quais cada cidadão pode comentar sobre o que quiser, ou quase, a qualquer hora. Há uma grande quantidade de insones comentaristas, por exemplo. Você acorda, e lá estão eles no seu Twitter, servindo o seu pãozinho amanhecido.
Com tamanha quantidade de opiniões disponíveis, elas valem cada vez menos, naturalmente. É uma lei da economia. A minha, por exemplo, não vale muito, reconheço. Comentarista que acha que a própria opinião vale muito é vítima de autoengano. O que existe, hoje em dia, é gente com opinião formada que só precisa do endosso de alguém com mais seguidores nas redes sociais. Onde se forma opinião? Sei lá. Por aqui nas vizinhanças é que não é.
Ninguém convence mais ninguém do contrário, pelo menos não com argumentos eloquentes. Polpudos, sim. É curioso que ainda haja gente que pague a um comentarista para ele mudar de ideia, como se isso fosse fazer diferença. Não faz. O comentarista que recebe para mudar de ideia apenas muda de público.
Como o mercado de opinião é essa tristeza, estou pensando em adentrar o da futurologia. Futurologia é bom porque, quando você erra, pouca gente cobra; quando você acerta, muita gente se lembra. Futurologia é bom porque brasileiro está sempre pensando na próxima eleição. Futurologia é bom porque a única crença moral brasileira é a vidência.
Faço um exercício para 2026, baseado numas conversinhas que ando tendo por aí. Prevejo que, na hipótese improvável de Lula, o pai dos pobres endividados no crédito consignado, não ser candidato à reeleição, o chefe do PT lançará Fernando Haddad ao Palácio do Planalto. Mas só se a economia não afundar até lá e um voo de galinha puder ser vendido como milagre brasileiro.
Se a economia afundar, a primeira opção de Lula seria Rui Costa, dizem os astros. O problema é que ele está se indispondo com o Centrão, depois de ter irritado Janja no teste da mesa de 200 mil reais cuja compra ele vetou. A segunda opção de Lula? Filiar Flávio Dino ao PT e colocá-lo na roda. O espevitado Flávio Dino, contudo, terá de superar o fogo amigo que já começou a ser disparado contra ele.
Quanto ao futuro político de Janja, a minha bola de cristal ainda não me deixa ver nada, além da ambição desmedida da moça.
À direita, a minha previsão é que o candidato de Jair Bolsonaro será Romeu Zema, que está jogando bem até o momento. Tarcísio de Freitas deverá concorrer à reeleição em São Paulo. É um homem paciente.
Prevejo também que um integrante do Judiciário poderá tentar viabilizar-se para sair candidato à presidência da República. Minha bola de cristal diz que vontade não lhe falta. Nem poder de persuasão.
Acho melhor voltar ao magro mercado das opiniões sobre o presente.