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Entre o gogó de Lula e o seu governo gastão, não sairemos do atoleiro

Aprovação e desaprovação a Lula estão empatadas, segundo a Qaest. Como o gogó já não funciona, ele deve gastar ainda mais o que não pode

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Lula em cerimônia de batizado de aeronave - Metrópoles
1 de 1 Lula em cerimônia de batizado de aeronave - Metrópoles - Foto: Reprodução/YouTube

A pesquisa Qaest divulgada hoje mostra empate técnico entre a aprovação e a desaprovação ao trabalho de Lula: 50% contra 47%. É a primeira vez que isso acontece.

O dado que mais deveria preocupar o presidente da República é outro: 49% dos entrevistados acham que o Brasil está indo na direção errada e 41% acreditam que o país segue na direção certa.

No recorte por idades, a coisa fica mais feia para Lula: 54% dos jovens até 34 anos acham que estamos indo na direção errada. Entre 35 e 59 anos, essa porcentagem é de 49%. A visão é mais rósea somente entre os brasileiros com 60 anos ou mais: uma maioria de 49% crê que estamos no bom caminho. Em todas as faixas etárias, porém, o número de descrentes aumentou.

Outra sondagem, também de hoje, ajuda a explicar por que Lula está em baixa. De acordo com o Paraná Pesquisas, somente 31,7% dos brasileiros acham que a situação econômica vai melhorar, enquanto 36% acreditam que vai permanecer como está — ou seja, ruim. São 28,5% os que ainda não enxergam o fundo do poço e pensam que a coisa vai piorar.

O supermercado e o desemprego estão na base do pessimismo: 55% dos cidadãos sentem no bolso que os preços dos produtos aumentaram depois que Lula voltou a governar o Brasil, ao passo que 20% acham que os preços ficaram como estavam.

Quanto à carteira assinada, apenas 28,1% acreditam que está mais fácil conseguir um emprego com carteira assinada. Na opinião de 26,9%, está mais difícil ser empregado registrado. Os que acham que tudo está como dantes perfazem 38,6%.

O que se pode deduzir dessa numeralha é que boa parte dos brasileiros se sente em um carro desgovernado. Como o contexto é ruim e a perspectiva de crescimento da economia é pífia para as necessidades de um país como o Brasil, Lula precisaria mostrar mais do que gogó.

O gogó não funciona mais, e está colando cada vez menos essa história de transformar Jair Bolsonaro na origem de todos os males e de jogar todas as culpas presentes no presidente passado. 

A questão é que governar não significa gastar o que não pode, mas Lula e os seus camaradas pensam o contrário. Neste momento, confrontados com os números ruins das pesquisas, lá devem estar eles planejando insistir no erro do populismo fiscal  e aumentar ainda mais o déficit do governo, que atingiu R$ 249 bilhões de reais no ano passado, o maior desde 2020, ponto fora da curva por causa da pandemia. 

Tanto gasto para quê? Para nada que não seja só aparência e para piorar tudo na essência. Samuel Pêssoa, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, resumiu o problema, em artigo recente sobre o rombo nas contas públicas: “A melhora fiscal antecede a retomada do crescimento econômico, não o inverso. E a piora fiscal antecede a desaceleração do crescimento, não o inverso”.

Entre o gogó de Lula e o seu governo gastão, o país não sairá do atoleiro.

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