Em um movimento para tentar aplacar as críticas de Arthur Lira (PP-AL) ao governo, o presidente Lula sinalizou que contemplará um aliado do presidente da Câmara nas próximas nomeações que fará para desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) .

O aliado em questão é o juiz paranaense João Carlos Meyer Soares. Apoiado por Lira e por outras lideranças políticas, como o senador Renan Calheiros (MDB-AL) e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, o magistrado ficou fora da leva de sete juízes nomeados por Lula para o TRF-1 na semana passada.

A exclusão de Meyer foi atribuída, nos bastidores do governo, a um veto do ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB). O argumento de Dino, segundo interlocutores do ministro, foi o de que o juiz paranaense seria “bolsonarista” e próximo do ex-ministro Anderson Torres, que está preso.

O fato irritou Lira, que fez questão de externar seu incômodo a integrantes do governo. Nessa terça-feira (2/5), o presidente da Câmara teve uma conversa reservada diretamente com Lula, no Palácio da Alvorada. No encontro, cobrou a liberação de cargos e emendas.

Segundo apurou a coluna, Lula sinalizou que deve indicar Meyer para as duas vagas destinadas à magistatura que serão abertas em maio no TRF-1. Uma delas foi aberta com a aposentadoria por invalidez do desembargador Cândido Ribeiro, publicada no Diário Oficial da União de terça.

A outra vaga destinada à magistratura deve ser aberta com a aposentadoria do desembargador Olindo Menezes, também prevista para maio. Até o fim de 2023, a expectativa é de que Lula possa indicar juízes para outras duas vagas no TRF-1, após a saída dos desembargadores Souza Prudente e Daniel Paes.