O Brasil chegou a ter, em 1998, quatro marcas de carros dominando o mercado (incríveis 90%, exatamente tudo o que um segmento empresarial quer, não é verdade?). Certamente, você lembra como era difícil – e caro – comprar um modelo novo naquela época.

Pois bem: as coisas têm melhorado. Hoje, há mais empresas, marcas, modelos – e os preços são bem mais em conta e até mais justos (mas isso merece um post à parte).

Sem falar que os veículos são melhores, com mais recursos de segurança, entretenimento ou conforto.

E o brasileiro, exceto nos últimos três anos, tem comprado mais: em 2010, eram vendidos, em média, 18,4 veículos para cada mil habitantes. Dez anos antes, em 2000, vendiam-se apenas 8,8 veículos.

Dados da Ipsos, empresa referência mundial em pesquisa e análise de mercado, mostram que o brasileiro está mais exigente: olha preço e consumo de combustível, por exemplo, como fatores mais importantes para compra.

O homem, por sinal, leva em conta marca, segurança e potência do motor. Já as mulheres citaram a segurança, a comodidade dos interiores e a marca.

“O consumidor tem grande poder de escolha e costuma buscar, testar e comparar informações antes de realizar a compra”, diz Diego Oliveira, da Ipsos MediaCT.

E as grandes marcas, enfim? Segundo levantamento do analista Joel Silveira Leite, as quatro tradicionais do mercado brasileiro – GM, Fiat, Volkswagen e Ford – estão perdendo cada vez mais participação.

Exemplo: só no primeiro trimestre deste ano, as quatro perderam, juntas, 9,7 pontos percentuais nas vendas domésticas: fecharam 2015 com 63,3% e têm hoje 53,7%.

Mesmo com a crise (queda de 23,3% nos emplacamentos de automóveis e comerciais leves  no primeiro trimestre de 2016), Toyota e Jeep aumentaram vendas e ganharam mercado. A Hyundai, mesmo vendendo menos, ganhou 2,4 pontos de participação.

“O avanço das marcas mais novas tem ocorrido, mas nunca com esse ímpeto. Tanto que duas delas, Hyundai e Toyota, passaram a Ford e conquistaram a quarta (Hyundai) e quinta posições (Toyota), deixando a Ford em sexto lugar, o que a desqualifica como grande”

Joel Silveira Leite, analista da AutoInforme

 
Veja a queda de GM, Fiat, Volkswagen e Ford nos últimos anos (em %)