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Estilistas abrem mão de salários milionários para reduzir custos

Ralph Lauren, Donatella Versace e Michael Kors renunciarão aos seus salários durante o período de um ano em meio à crise da Covid-19

atualizado

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Gilbert Carrasquillo/GC Images via Getty Images
Ralph Lauren
1 de 1 Ralph Lauren - Foto: Gilbert Carrasquillo/GC Images via Getty Images

Estilistas renomados do segmento de luxo estão abrindo mão de seus salários milionários para reduzir o impacto da pandemia em seus negócios. Entre eles, o designer norte-americano Ralph Lauren e os diretores criativos das três marcas de luxo do grupo Capri Holdings: Michael Kors, Donatella Versace e Sandra Choi, da Jimmy Choo. O corte é voluntário e valerá por um ano.

A medida é resultado da crise global provocada pela Covid-19, que tem afetado a economia do mundo inteiro com o fechamento de lojas e a dispensa temporária ou definitiva de milhões de funcionários. No caso da indústria têxtil, vale destacar também o cancelamento ou adiamento de semanas de moda previstas para o meio do ano, como as fashion weeks masculinas e a Semana de Alta-Costura.

Ralph Lauren, presidente executivo e diretor criativo de sua própria marca, anunciou que vai abrir mão de todos os bônus do ano fiscal de 2020 e todo o seu salário do ano fiscal de 2021. O valor chegou a cerca de US$ 11 milhões (cerca de R$ 56 milhões) em 2019, segundo o WWD.

A decisão é uma resposta ao afastamento dos funcionários durante a pandemia. Os que não podem trabalhar remotamente estavam recebendo salários integrais, mas foram licenciados sem remuneração a partir dessa segunda-feira (11/04). Os outros executivos da empresa, como o presidente e o CEO, terão reduções de 20% a 50% nos salários durante períodos específicos no próximo ano.

Ralph Lauren
Ralph Lauren é um dos estilistas que, voluntariamente, renunciarão ao salário durante o período de um ano para reduzir custos em meio aos impactos do novo coronavírus. No caso dele, o montante é estimado em US$ 11 milhões (R$ 56 milhões)

 

Michael Kors cercado por modelos
A medida também será aplicada à Capri Holdings, cujos designers das três marcas de luxo (Michael Kors, Versace e Jimmy Choo) abrirão mão de seus salários. Na foto, Michael Kors posa com modelos

 

Donatella Versace com vestido preto
Outra designer famosa a se comprometer a iniciativa é Donatella Versace, diretora criativa da Versace

 

Sandra Choi, diretora criativa da Jimmy Choo, também aderiu à proposta

 

Máscaras da Ralph Lauren
Em meio à pandemia, com lojas fechadas temporariamente e empregados afastados ou em teletrabalho, as marcas estão buscando maneiras de reduzir os custos

 

Enquanto isso, a companhia dona das marcas Michael Kors, Versace e Jimmy Choo planeja reabrir as lojas da América do Norte e Europa somente no dia 1º de junho ou até depois. Até lá, os 7 mil empregados que atendem nos dois continentes estarão afastados do trabalho. Segundo a Capri Holdings, todos eles estão aptos a receberem os benefícios governamentais. No total, a empresa tinha 17,8 mil empregados ao fim do ano fiscal de 2019.

Vários executivos da empresa, incluindo designers renomados, como Donatella Versace, Sandra Choi e o próprio Michael Kors, renunciarão ao salário referente ao ano fiscal 2021. A redução da remuneração anual do conselho administrativo será de 50%. Para manter empregos e a flexibilidade financeira de toda a empresa, salários de outros segmentos devem reduzir em até 20%.

Entre as medidas para diminuir custos com folha de pagamento, a holding anunciou também que está buscando programas nacionais de subsídio para folha de pagamento nos países da Europa. Ao fim da pandemia, a Capri Holdings pretende retormar as atividades de varejo com redução da força de trabalho.

“O objetivo da empresa é que o maior número possível de funcionários de varejo retome o trabalho na segunda metade do ano fiscal à medida que seus negócios forem reconstruídos”, informa o comunicado. Mais reduções afetam o investimento em marketing e o cancelamento da abertura de lojas selecionadas.

Outras grandes companhias de moda, como Abercrombie & Fitch, PVH Corp (dona da Calvin Klein e Tommy Hilfiger) e VF Corp (Vans, Timberland, entre outras) estão trabalhando com diminuições de salário da equipe de executivos e medidas referentes à remuneração de empregados em teletrabalho, ou que não puderem “operar em plena capacidade”.

Donatella Versace trabalhando de casa
A Capri Holdings suspendeu o trabalho de 7 mil funcionários na América do Norte e Europa, todos aptos a receberem benefícios governamentais

 

Modelos com peças da Michael Kors
Além dos estilistas, vários executivos da companhia abrirão mão de seus salários, sem falar nas reduções de outros segmentos

 

Ao fim da pandemia, a holding pretende “reduzir a força de trabalho”, mas espera voltar com o maior número possível de funcionários

 

Outras companhias de moda estão adotando reduções de salário e jornadas reduzidas. Entre elas, Abercrombie & Fitch, Hugo Boss, PVH Corp e VF Corp

 

Nos EUA, várias delas estão recorrendo às linhas de crédito, segundo o Daily Mail

 

Várias varejistas de moda dos Estados Unidos, incluindo Macy’s, Gap e Kohl’s, estão recorrendo às linhas de crédito devido ao fechamento temporário das lojas, que resultou no afastamento de dezenas de milhares de funcionários, como informa o Daily Mail.

 

Colaborou Hebert Madeira

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