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Variante Delta representa 46% dos casos de Covid no estado de SP

Informação foi passada por infectologistas durante coletiva no Palácio dos Bandeirantes; Secretaria de Saúde nega que tenha o dado

atualizado

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Fábio Vieira/Metrópoles
variante delta sao paulo - Coronavirus
1 de 1 variante delta sao paulo - Coronavirus - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

São Paulo – A variante Delta representa 46% dos casos de Covid-19 em São Paulo. A informação foi dada pelo médico Sergio Cimerman, infectologista do Hospital Emílio Ribas, em coletiva realizada no Palácio dos Bandeirantes nessa quarta-feira (1º/9). O também infectologista Marco Aurélio Sáfadi corroborou o dado. Já a Secretaria de Saúde diz que ainda não possui uma análise da porcentagem da mutação no estado.

Cimerman e Sáfadi foram convidados para a coletiva pelo governador João Doria (PSDB) com o objetivo de falar sobre a importância da terceira dose em idosos e imunossuprimidos. Eles também explicaram por que a Coronavac será utilizada para a dose adicional em São Paulo, mesmo contra a orientação do Ministério da Saúde, que indicou apenas os imunizantes da Pfizer e da AstraZeneca.

“Nós estamos vivendo um período de variante Delta, no estado de São Paulo 46% de incidência já, isso deve ter um incremento”, falou Cimerman no encontro, além de ressaltar a importância da imunização.

“Qual o impacto da vacinação? Nós não sabemos, vamos saber nos estudos de efetividade, ou seja, de vida real. O que sabemos é: mesmo com a variante Delta, está sendo efetivo. Ou seja, a terceira dose precisa ser começada, o estado de São Paulo sai na frente, vê a importância do ponto de vista científico”, acrescentou.

Após a coletiva, os dois médicos reiteraram os dados ao Metrópoles. “É 46% no estado de São Paulo, esse dado vem do grupo que faz o sequenciamento da Fiocruz, eles divulgam esse dado, é uma informação disponível, mas não muito simples de alcançar”, explicou Cimerman.

Já Sáfadi acrescentou que, em cerca de 15 dias, a variante Delta “vai dominar tudo” e deve ser predominante no estado. Ele explicou que essa informação é feita com base em uma amostragem.

“São Paulo está fazendo sequenciamentos genômicos de aproximadamente 600 amostras por semana. Mas é que nem pesquisa eleitoral, você tem 200 milhões de pessoas, mas entrevista 2 mil e consegue um dado que expressa o que está acontecendo, então esse números são extremamente confiáveis para entender o que está acontecendo”, falou.

Já o secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, afirmou que não acredita no número e ainda não possui uma análise de quantos por cento a variante representa, pois a quantidade de amostras ainda não é tão representativa. “Então, baseado nas amostras, quantas amostras foram? O número não é esse. O dado que eu tenho aqui, eu sou secretário do estado de São Paulo, é de 745 casos”, falou.

Casos da Delta

De acordo com informações da Secretaria Estadual de Saúde nessa terça-feira (31/8), há em São Paulo 745 casos confirmados da Delta. A identificação da variante é feita por meio de análises genômicas dos institutos Adolfo Lutz e Butantan. Testes positivos de Covid-19 aleatórios são sequenciados pelos laboratórios, que podem avaliar se é a variante Delta ou outras (como a Gama, predominante em São Paulo até agora).

Na última segunda-feira (30/8), o estado teve a primeira morte pela variante Delta, na cidade de Piracicaba. Foi uma mulher de 74 anos, com comorbidades, já vacinada com duas doses da Coronavac. Nesta quarta, Gorinchteyn explicou a jornalistas que a vítima tinha a saúde frágil e estava em fase de cuidados paliativos, e sequer foi para a UTI, por escolha da família.

O secretário ainda explicou que, apesar de já ter sido confirmada que ela estava contaminada pela variante, é necessário apenas fazer um novo teste genômico, uma espécie de “dupla checagem”. “Mas trata-se da variante Delta, foi feita num laboratório com toda a qualidade. Essa paciente não morreu em decorrência de não estar protegida, mas da gravidade do estado de saúde dela”, afirmou.

Ele ainda explicou que a tendência nas próximas semanas é que realmente a Delta cresça, porque o estado “está testando muito”.

“Essas unidades itinerantes do Instituto Butantan têm como achar todos os casos e fazer uma expansão genômica dessa variante, vai ser muito bom para a gente, porque imediatamente você detecta e rastreia ainda com mais velocidade”, comentou.

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