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Unicef: número de crianças não vacinadas no Brasil caiu 39% em 2022

Novo relatório lançado pela OMS e Unicef mostra retomada, ainda lenta e heterogênea, das coberturas vacinais em crianças ao redor do mundo

atualizado

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Vinicius Schmidt/Metrópoles
Crainça sendo vacinada contra covid-19 em posto de saúde em Goiania - Metropoles
1 de 1 Crainça sendo vacinada contra covid-19 em posto de saúde em Goiania - Metropoles - Foto: Vinicius Schmidt/Metrópoles

Depois de uma pandemia que diminuiu as coberturas vacinais em todo o mundo – e agravou cenários já delicados -, é possível observar o início de uma retomada na vacinação infantil. É o que mostram novos dados publicados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

As organizações medem o acesso à imunização pelo número de crianças que receberam ou deixaram de tomar a vacina contra difteria, tétano e coqueluche (DTP), conhecida como tríplice bacteriana. Por ser um dos imunizantes mais aplicados mundialmente, ele é utilizado como marcador global da vacinação infantil.

No Brasil, o número de crianças que não receberam nenhuma dose da DTP caiu de 710 mil em 2021 para 430 mil em 2022, redução de 39%. “Já as crianças com vacinação incompleta [que não receberam todas as doses da DTP] chegam a 620 mil no país. Houve uma melhora mas precisamos acelerar, precisamos da urgência”, explica Luciana Phebo, chefe de saúde do Unicef no Brasil.

“O Ministério da Saúde e secretarias estaduais e municipais estão muito empenhados, inclusive com recursos, oficinas de planejamento, comunicação, mas precisa acontecer mais e de forma mais rápida. Cada dia que passa para essas 620 mil crianças é um dia de grande risco, por doenças que podem matar”, destaca.

Para Luciana, a pandemia agravou a situação brasileira, que já apresentava quedas nas coberturas vacinais desde 2015. “A situação antes da pandemia já estava ruim e, depois da pandemia, ficou péssima. Estamos falando de doenças que podem ser prevenidas por vacinas e que matam ou deixam sequelas para o resto da vida, como a paralisia infantil ou o sarampo”, relembra.

Cenário mundial

Globalmente, quatro milhões de crianças a mais foram vacinadas em 2022. Enquanto 24,4 milhões de crianças não receberam uma ou mais vacinas em 2021, o número em 2022 caiu para 20,5 milhões.

Apesar do princípio de recuperação, o número ainda é maior que o registrado antes da emergência sanitária causada pela Covid-19. Em 2019, as crianças não vacinadas no mundo eram 18,4 milhões.

A representante da Unicef alerta que a melhora observada não é homogênea. “Países que, antes da pandemia, estavam com diminuição da cobertura vacinal, atualmente estão se recuperando, mas não com a velocidade que deveriam. Já os países mais estruturados antes da pandemia se recuperam bem mais rápido”, diz Luciana.

Ela alerta ainda para a importância da recuperação conjunta, uma vez que países com crianças não vacinadas representam um perigo para eles próprios e também para o mundo. “É fundamental que os sistemas de saúde estejam funcionando bem para a resposta ao momento e cada vez mais precisamos estar preparados pra grandes reviravoltas como pandemias, emergência climáticas, guerras. Se não estivermos bem, o dano vai ser muito maior e a recuperação após o caos bem mais lenta”, pontua.

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