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Saúde apaga post sobre recomendação de cloroquina por revista científica

Texto foi publicado no site da Saúde em 2 de janeiro. Editor da revista científica The American Journal of Medicine desmentiu informação

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
bolsonaro e cloroquina
1 de 1 bolsonaro e cloroquina - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O Ministério da Saúde apagou uma publicação sobre a recomendação de tratamento precoce contra Covid-19 pela revista científica The American Journal of Medicine.

O texto foi publicado no site da Saúde em 2 de janeiro. No título, a matéria afirmava que um artigo divulgado no periódico científico reforçava o poder da medicina preventiva no combate ao coronavírus. A informação também foi compartilhada nas redes sociais da pasta.

No material, o Ministério da Saúde listava substâncias como zinco, azitromicina e hidroxicloroquina como soluções para o enfrentamento à pandemia. No entanto, o editor da revista científica citada pela pasta, Joseph Alpert, disse, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, que o artigo em questão não tinha objetivo de avaliar a eficácia de tratamentos precoces para a Covid-19.

O estudo foi publicado em agosto de 2020 e tratava de abordagens alternativas para o enfrentamento da pandemia, caso não houvesse condições de fazer pesquisas clínicas mais aprofundadas. O material também cita que, nesses casos, outras informações científicas deveriam ser consideradas.

“O artigo não diz que a cloroquina é uma terapia comprovada. Ele apenas sugere que, baseado em dados in vitro, parecia uma boa ideia”, disse Alpert à Folha.

Além disso, Alpert cita que, na época da publicação do estudo, existiam menos dados sobre o uso de medicamentos contra a Covid-19. Agora, com mais pesquisas publicadas, já se sabe que o remédio não tem eficácia comprovada no combate ao vírus.

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“Então, a sugestão de que a cloroquina como prevenção fazia mais sentido naquele momento em comparação com agora, quando temos uma boa quantidade de informações negativas sobre o uso da droga em pacientes com Covid-19”, disse o editor.

A reportagem procurou o Ministério da Saúde para prestar esclarecimentos sobre o assunto, mas não obteve retorno até o fechamento deste texto. O espaço segue aberto.

Fake news

Em janeiro deste ano, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) publicou, no Twitter, um vídeo em que o jornalista Alexandre Garcia cita o estudo divulgado na The American Journal of Medicina. Nas imagens, Garcia afirma que o tratamento precoce com hidroxicloroquina, azotromicina, zinco e aspirina teria sido recomendado pelo artigo científico.

A publicação de Bolsonaro aparece com um alerta de fake news emitido pela própria rede social. “Este tweet violou as regras do Twitter sobre a publicação de informações enganosas e potencialmente prejudiciais relacionadas à Covid-19”, diz o aviso.

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