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PGR diz ao STF que Bolsonaro iniciou convocações para o 7 de Setembro

Pela primeira vez, PGR cita o presidente dentro do inquérito que investiga o financiamento e a organização dos atos antidemocráticos

atualizado

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Fábio Vieira/Metrópoles
Ato 7 de Setembro com Jair Bolsonaro na Avenida Paulista em SP
1 de 1 Ato 7 de Setembro com Jair Bolsonaro na Avenida Paulista em SP - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

A Procuradoria-Geral da República (PGR) identificou que a organização das manifestações de 7 de setembro teve início após uma convocação feita pelo próprio presidente Jair Bolsonaro (sem partido), semanas antes dos atos. O órgão cita nota do colunista do Metrópoles Guilherme Amado como indício.

É a primeira vez que a PGR cita nominalmente Bolsonaro dentro do inquérito, em um documento sigiloso enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), em 4 de setembro, e obtido pelo jornal O Globo.

Segundo a publicação, o documento não explicita se o presidente é investigado neste caso nem descreve quais seriam os eventuais crimes cometidos por ele em função de seu vínculo com os atos. Os ataques do mandatário à Corte lhe renderam a inclusão como investigado no Inquérito das Fake News.

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A PGR também tenta rastrear a participação de ministros do governo na organização desses atos. A investigação avança, assim, para as digitais do Palácio do Planalto nas manifestações antidemocráticas.

O inquérito tramita em sigilo no STF, sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes.

A subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo, responsável pelo caso, aponta que a convocação para ataques às instituições democráticas teve início no dia 15 de agosto, quando Bolsonaro teria divulgado uma mensagem para seus contatos no WhatsApp defendendo a organização de “contragolpe” às manifestações contrárias à sua gestão.

A mensagem foi divulgada em primeira mão por Guilherme Amado, colunista do Metrópoles. A mensagem foi enviada pelo número pessoal do presidente para diferentes integrantes do governo e amigos.

No documento, a PGR cita essa divulgação como sendo uma “entrevista” dada por Bolsonaro. “A princípio, a organização da realização de prováveis atos de ataque à democracia e às instituições iniciou-se com entrevista do presidente da República informando que haveria ‘contragolpe’ aos atos entendidos como contrários à sua gestão, em 15 de agosto do presente ano”, escreveu Lindôra.

Relações

Em depoimentos colhidos pela Polícia Federal, investigadores questionaram a relação dos alvos com ministros do governo e com parlamentares bolsonaristas.

Primo dos filhos de Jair Bolsonaro (sem partido), Leonardo Rodrigues de Jesus, conhecido pelo apelido de Léo Índio, é um dos investigados no inquérito e a PF ainda teve tomar o depoimento dele.

Léo Índio entrou na mira da investigação após postar em suas redes sociais uma campanha de arrecadação de dinheiro para financiar as manifestações do 7 de Setembro.

Nos dias que antecederam os atos, Índio postou, em sua conta no Instagram, várias chaves PIX para arrecadação de valores. Ele também publicou um QR Code para doações por meio de criptomoedas. Todos acabaram bloqueados, por ordem de Moraes.

Procurado pelo jornal, Léo Índio afirmou que não conhece “nenhuma das pessoas citadas na investigação” e disse que divulgou as manifestações “pelo apoio que presto ao presidente” e que não recebeu os valores doados para os atos.

O Palácio do Planalto e os demais citados não responderam.

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