metropoles.com

“Não tem espaço para proselitismo político”, diz vice-presidente da bancada ruralista

Deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) é vice-presidente da Frente Parlamentar do Agronegócio e presidente da Frente pelo Brasil Competitivo

atualizado

Compartilhar notícia

Reprodução
Foto colorida do deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida do deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) - Metrópoles - Foto: Reprodução

O vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), disse que a bancada ruralista, que reúne cerca de 300 deputados e é atualmente uma das mais relevantes da Câmara, não tem espaço para proselitismo político.

“Ela é diversa? É diversa. Tem parlamentares de todos os partidos de variadas posições ideológicas. O que nós queremos? Não ter na frente o espaço para proselitismo político”, disse o parlamentar ao Metrópoles Entrevista.

“A frente é defensora do agro e é absolutamente unida na defesa do agro. Então, tudo aquilo que ameaça agro terá pronta rejeição. Tudo aquilo que apoia o agro terá forte aprovação da frente”, completou. “Nós vamos trabalhar muito coesos, sempre na defesa do agro.”

O deputado admitiu discordâncias no início da relação com o governo Lula (PT) 3, como o imbróglio na Agrishow, a maior feira do agronegócio do país, quando o ministro da Agricultura de Lula, Carlos Fávaro, disse ter sido “desconvidado” e não compareceu à feira. Alinhado ideologicamente ao setor, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acabou sendo uma das atrações do evento.

BB cancela patrocínio após polêmica com ministro desconvidado à Agrishow

Agrishow: Bolsonaro e Tarcísio criticam demarcação e invasão de terras

Jardim disse ter identificado movimentos de diálogo nos últimos tempos e citou como exemplo o Plano Safra 2023/2024, afirmando que a iniciativa teve um crescimento “significativo” em relação ao anterior.

“Nós tivemos um entrevero muito ruim, que foi aquele entrevero da Agrishow, onde houve aquele desencontro. O governo disse que foi desconvidado e não se tratava disso e acabou não indo. Mas no lançamento do Plano Safra, eu quero saudar. Foi um sinal positivo”.

Plano Safra: governo anuncia R$ 364,2 bi para área rural, alta de 27%

Assista à íntegra da entrevista:

Reforma tributária

Nas negociações da reforma tributária, a bancada do agro conseguiu ser atendida em pontos fundamentais, como uma alíquota diferenciada para o setor, que será 40% da alíquota básica (ainda não definida). Na visão do deputado, essa votação “simbolizou um momento bom de diálogo do agro” e deu tranquilidade ao setor.

Jardim, que também preside a Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo, disse que os deputados e senadores de seu grupo irão trabalhar para que a proposta avance como um todo, isto é, sem fatiamento.

“Se nós identificarmos que isso terá um preço, será muita resistência, é uma demora muito grande, podemos optar por isso (pelo fatiamento)”, afirmou.

A bancada também ajudou a destravar votação das novas regras de funcionamento do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf). O governo decidiu encampar o pedido do agronegócio para revisar autuações contra cooperativas de crédito que antecedem a Lei do Agro. Também acatou sugestões relacionadas à dedutibilidade dos royalties de sementes e à liquidação antecipada de garantias.

A Câmara aprovou a reforma tributária e o PL do Carf no final da última semana, após acordos costurados com o governo.

“Esses momentos que nós vivemos nos permitiram ver que o governo reconhece a frente, a FPA, e buscou diálogo conosco”, continuou Jardim.

Tarcísio e Bolsonaro

Sobre a atuação do governador de seu estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Arnaldo Jardim disse que ele teve um papel “muito relevante” na reforma ao buscar dissolver divergências e unir a bancada paulista.

“Acho que o governador Tarcísio tem uma capacidade administrativa e tem uma sensibilidade política muito presente”, salientou.

Já sobre a posição externada por Bolsonaro, que conclamou sua bancada a votar contra a matéria, Jardim disse que a manifestação não faz sentido, pois não foi justificada do ponto de vista do conteúdo.

“Com todo respeito ao presidente Bolsonaro, a sua postura de líder do PL de negar simplesmente a reforma, dizer não sem justificar, do ponto de vista de conteúdo… O máximo que se disse foi: ‘Olha, está muito rápido, tem que demorar um pouquinho mais’. Mas não foi assim. Era uma proposta que estava há 30 anos tramitando”, frisou Jardim.

Ele lembrou que o ministro da Economia de Bolsonaro, Paulo Guedes, mostrou simpatia pela proposta, que começou a tramitar no último governo.

“No final, o Aguinaldo Ribeiro (relator da reforma na Câmara) apresentou uma proposta e o ministro então da Economia, o Paulo Guedes, manifestou simpatia pela proposta, e propôs: ‘Olha, essa proposta está em um bom rumo’. Ou seja, a discussão de conteúdo me parece devesse ser essa”, concluiu o deputado.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?