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Defesa de Lula pede que STF obrigue CNMP a julgar ação contra Dallagnol

Já houve 42 adiamentos do julgamento e as denúncias prescrevem em 14 de setembro

atualizado

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Vladimir Platonow/Agência Brasil
O ex-procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol
1 de 1 O ex-procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol - Foto: Vladimir Platonow/Agência Brasil

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrará ainda nesta quinta-feira (10/08) com um pedido para o Supremo Tribunal Federal (STF) determinar ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) que julgue o pedido de providências do coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, até dia 13 de setembro.

A denúncia contra o procurador tramita no CNPM há quase 4 anos. Neste tempo, já houve 42 adiamentos do julgamento. No dia 14 de setembro, as denúncias de abuso de autoridade em relação ao procurador prescrevem no CNPM. O órgão tem mais duas sessões para julgar o caso.

No pedido, o advogado de Lula, Cristiano Zanin, alegará omissão do CNPM em apreciar o caso. “São quase quatro anos de omissão de um julgamento que chegou a ser adiado por 42 vezes”, argumentou o advogado ao Metrópoles.

Na segunda-feira (17/08), o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu uma liminar suspendendo a tramitação de dois processos no CNMP contra Dallagnol. Nos dois procedimentos, os autores pedem que investigador seja removido do posto de coordenador da força-tarefa da Lava Jato no Paraná. Os casos estavam previstos para análise do CNMP na terça (18/08), mas foram retirados de pauta devido à decisão.

A ação do ex-presidente é a mais antiga no CNMP. Na apresentação de PowerPoint, eternizada no formato de memes, procuradores acusam Lula de ser chefe de uma organização criminosa. Outras duas denúncias foram feitas pelos senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Kátia Abreu (PP-TO).

Nesta quinta, Lula disse em entrevista que o procurador Detan Dallagnol está “brincando com a Justiça” com o objetivo de fazer com que as denúncias contra ele sejam prescritas.

“Se tem uma quadrilha hoje no Brasil funcionando com o aparato de proteção da lei é a força-tarefa do Ministério Público de Curitiba”, disse o ex-presidente. “Eles, na verdade, fazem parte de uma quadrilha que condena sem provas”, ressaltou.

“Até o faxineiro da Suprema Corte sabe que o Dallagnol está brincando com a Justiça para que, no dia 14 de setembro prescreva a denúncia contra ele e ele não seja responsabilizado por isso”, prosseguiu o ex-presidente.

O coordenador da Lava Jato de Curitiba chegou a reconhecer que poderia ter feito de outra maneira o PowerPoint produzido contra o ex-presidente. “Olhando com o privilégio da visão retrospectiva, acredito que a gente poderia, sim, ter apresentado esse PowerPoint de modo diferente, poderia ter feito a apresentação dessa denúncia de forma diferente, de modo a evitar críticas”, disse.

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