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CPMI da JBS: Marun volta atrás em indiciamento de Janot

O relator também retirou o pedido de indiciamento de Eduardo Pellela. Porém, pediu “profunda investigação” das ações dos procuradores

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Imagem do ex-ministro Carlos Marun
1 de 1 Imagem do ex-ministro Carlos Marun - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Após ser alvo de críticas dos deputados do Solidariedade, PSB, PDT e PSDB, o deputado Carlos Marun (PSDB-MS) recuou, nesta quarta-feira (13/12), e decidiu tirar do relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS o indiciamento do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot e de seu ex-chefe de gabinete, Eduardo Pelella. No entanto, manteve a acusação contra o ex-procurador Marcello Miller e os executivos da JBS Joesley e Wesley Batista e Ricardo Saud, que já estão presos.

Essa foi a última ação do agora ministro da Secretaria de Governo, já que o parlamentar assume o cargo nesta quinta-feira (14/12). O relator da comissão afirmou ter voltado atrás porque “precisa respeitar a harmonia entre os poderes” e sabe ainda da “necessidade de se ter provas quando há um pedido de indiciamento”.

“Mas que fique claro: não estou aqui assinando embaixo para que exista uma casta de intocáveis que não pode ser investigada por ninguém. Penso que a CPMI provou que situações ilícitas aconteceram no processo de delação. Confio que a procuradora-geral Raquel Dodge irá investigar tudo”, esclareceu.

Apesar de o tucano ter retirado o pedido de indiciamento dos membros do Ministério Público Federal (MPF) – a ação foi negociada entre os senadores e deputados para que o relatório seja aprovado -, alguns parlamentares acusaram Marun de usar a CPMI para realizar “vingança pessoal” contra o MPF.

“Não dá para terminar uma comissão como essa apenas investigando os investigadores, sem ouvir os políticos e poderosos. Não dá para aceitar isso. Se não houver a prorrogação dos trabalhos da comissão, tudo isso será um fiasco”, afirmou o deputado Fernando Francischini (SD-PR).

Adiamento
Como o Metrópoles antecipou, o senador Ataídes Oliveira (PSDB/TO) até pretende adiar o fim da CPMI, marcado para 22 de dezembro. No entanto, o próprio parlamentar está descrente. “Depois que a comissão sinalizou querer ouvir políticos, acho difícil colhermos as assinaturas necessárias”, pontuou. Para que a comissão seja adiada por, pelo menos, mais 120 dias, é preciso do aval de um terço do total de senadores, ou seja, 27 dos 81, e um terço dos deputados — 171 dos 513.

Acreditando que os trabalhos não serão adiados, Marun quer colocar em votação o relatório final ainda nesta quarta (13), antes de se licenciar para assumir o posto de ministro. Caso aprovado, o relatório será encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF), que pode ou não acatar as sugestões.

Entenda
A CPMI da JBS saiu do papel no início de setembro, depois que Rodrigo Janot passou a investigar a delação premiada dos irmãos Batista. Formalmente, a comissão tem o objetivo de apurar os contratos da JBS com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o acordo firmado entre os Batista e o Ministério Público Federal.

No entanto, deputados governistas são acusados de tentar usar a CPMI para desvalorizar as acusações apresentadas por Wesley e Joesley contra políticos da base aliada, entre eles, o próprio presidente Michel Temer.

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