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Naime diz que GSI de Bolsonaro impediu PM de escoltar golpistas em dezembro

Na CPI dos atos golpistas, coronel da PM-DF voltou a afirmar que Forças Armadas impediram desmobilização de acampamento em Brasília

atualizado

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Vinícius Schmidt/Metrópoles
Imagem mostra o coronel Jorge Eduardo Naime, ex-chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) - Metrópoles
1 de 1 Imagem mostra o coronel Jorge Eduardo Naime, ex-chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) - Metrópoles - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Em depoimento prestado nesta segunda-feira (26/6)  à CPI dos atos golpistas no Congresso Nacional, Jorge Eduardo Naime classificou as Forças Armadas como principal instituição responsável pelo esvaziamento das iniciativas para desmobilizar o acampamento de manifestantes insatisfeitos com o resultado das eleições 2022. O coronel da Polícia Militar da Polícia Federal diz, inclusive, ter sido quase agredido por militares do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Bolsonaro durante evento realizado no Palácio da Alvorada.

Respondendo a questionamentos da relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre os atos golpistas de 8/1, Eliziane Gama (PSD-MA), Naime disse ter sido alertado sobre a abertura das portas do Alvorada pelo então presidente, Jair Bolsonaro (PL). O chefe do Executivo recebeu diversos manifestantes que estavam acampados no Quartel General do Exército em Brasília na sua residência oficial, em 12 de dezembro de 2022.

Veja:

De acordo com Naime, um soldado do GSI o empurrou quando ele tentava entrar no local. Na sequência, o coronel afirma que uma equipe do Capitão Roma, acompanhada por manifestantes, o forçou a deixar as imediações do Alvorada e o impediu de fazer qualquer planejamento para saída dos manifestantes.

Forças Armadas limitaram ação da PM

“A ação da Polícia Militar sempre foi limitada pelas Forças Armadas”, disse ainda Jorge Eduardo Naime. Ele alega que as forças policiais não conseguiam atuar no acampamento montado em frente ao Quartel General do Exército.

“Sempre estive no acampamentos serviço, sempre no sentodo de ter mais informações, pois estava preocupado com a posse no dia 1º de janeiro”, alegou. O coronel disse aindsa haver preocupação com o risco de identificação dos seus agentes no acampamento.

Nairm disse ter se encontrado com o general Dutra de Menezes, então chefe do Comando Militar do Planalto, no dia 28/12. O encontro ocorreu para definir o planejamento para retirada de barracas do acampamento bolsonaristas.

“Já tínhamos informes da Polícia Civil de ocorrências, nesse período um manifestante acusando outro de cometimento de estupro no acampamento. Quando recebíamos notícias, tentávamos com o exército desmobilizar o acampamento”, comenta.

Acompanhe o depoimento:

Ele diz ter colocado 450 policiais militares, além de ter disponibilizado a tropa de choque e uma aeronave, para desmobilização do acampamento. Ele alega que o comandante geral da PM recebeu informação do próprio general Dutra para desmobilizar as tropas, pois “não seria necessário”.

Ele teria afirmado que a PM trouxe “efetivo demais”. “Entendi que faríamos retirada de barracas utilizada para ambulantes, a cozinha de suporte e depois o exército iria aos poucos retirando os manifestantes sem a venda, sem as barracas e a cozinha que fornecia a logística necessária”, explica.

Entenda quem é Jorge Eduardo Naime

Jorge Eduardo Naime era chefe do Departamento de Operações (DOP) da PMDF e estava de folga no dia 8/1, sendo substituído dias antes pelo coronel Paulo José Ferreira. No dia dos atos antidemocráticos, Naime chegou a ir à Esplanada dos Ministérios, prendeu manifestantes e foi ferido por um rojão.

No dia 10/1, ele foi exonerado pelo então interventor na Segurança Pública do Distrito Federal, Ricardo Cappelli.

O requerimento para ouvir Jorge Eduardo Naime é de autoria de Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da CPI do 8/1 no Congresso Nacional. No documento, a parlamentar cita a importância de ouvir o coronel sobre a tentativa de invasão à sede da Polícia Federal em Brasília, ocorrida no dia 12/12 do ano passado. A comissão investiga a escalada golpista, a partir do resultado da eleição presidencial, no dia 30/10.

“Dentro da primeira fase de oitiva de testemunhas, pleiteia-se a inquirição do Senhor Jorge Eduardo Naime, ex-chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar do Distrito Federal, como testemunha, sob compromisso, dos atos ocorridos em Brasília no último dia 12 de dezembro. Pensa-se que o Senhor Jorge trará informações de enorme valia para a condução dos nossos futuros trabalhos na presente Comissão”, justifica Eliziane.

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