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Bolsonaro diz que seu governo deixou a “velha política para trás”

Antes de ser presidente, Bolsonaro criticava o “toma lá, dá cá”, mas precisou entregar cargos ao Centrão para garantir base no Congresso

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Presidente jair bolsonaro durante cerimonia no planalto 4
1 de 1 Presidente jair bolsonaro durante cerimonia no planalto 4 - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse, nesta sexta-feira (17/9), que seu governo deixou a “velha política” para trás. O mandatário do país foi eleito com a promessa de acabar com esse modelo de política, também moldada no chamado “toma lá, dá cá”, conhecida pela entrega de cargos do governo a parlamentares em troca de apoio no Congresso.

“Aos políticos, o cargo político. Aos ministérios terminativos, as nossas pessoas competentes e preparadas para desempenhar essa função. É um casamento também perfeito. Não foi fácil no começo, repito. As pressões… Há tendência de alguns ainda querendo a volta da velha política. Isso deixamos para trás. Todos nós ganhamos com isso”, afirmou.

Em discurso na cerimônia que marcou o início das obras da Ferrovia de Integração Centro-Oeste, em Mara Rosa, Goiás, nesta sexta, o chefe do Executivo voltou a afirmar que, apesar das pressões políticas, montou seu primeiro escalão de forma técnica. “Alguns podem criticar o técnico desse time, que sou eu, mas não tem como criticar o meu time de 23 ministros”, declarou.

Em seu discurso, Bolsonaro ainda disse que o Congresso Nacional está “muito bem representado” em seu governo, com a presença dos parlamentares licenciados, senador Ciro Nogueira, atualmente no comando da Casa Civil, e da deputada Flávia Arruda, que chefia a Secretaria de Governo.

Os dois passaram a integrar o primeiro escalão de Bolsonaro após pressões do Legislativo para que o governo desse mais espaço para a base em sua equipe ministerial. Além deles, o presidente ainda entregou o Ministério da Cidadania para o deputado João Roma (Republicanos-BA), também do Centrão.

Bolsonaro e o Centrão

Durante o segundo ano do governo, Bolsonaro precisou recorrer ao Centrão, bloco informal de partidos que conta com aproximadamente 200 parlamentares, para escapar de um eventual processo de impeachment, além de formar uma base estável para aprovar projetos de interesse do governo e barrar eventuais denúncias no Congresso.

Em julho, Bolsonaro confirmou que foi “obrigado” a fazer uma aliança com o Centrão para garantir a “governabilidade”.

“Tirando partidos de centro e esquerda, sobrariam 150 deputados, e com 150 não vou a lugar nenhum. A minha aproximação com os partidos de centro é pela governabilidade, eu sou obrigado a fazer isso aí”, declarou o presidente.

No mesmo mês, o chefe do Executivo defendeu o bloco e disse que ele mesmo integrou legendas que fazem parte do grupo quando era deputado.

“A palavra Centrão é pejorativa. Eu fui do PP por aproximadamente 20 anos. Os partidos de centro têm na ordem de 200 parlamentares, se alijar esses 200, eu fico com 300. Desses 300 que sobram, tem metade que é o PT, PCdoB, PSol, Rede, Cidadania, que não tem nada de afinidade conosco e sempre votaram contra a gente e até contra a LDO”, explicou.

Antes mesmo da campanha eleitoral, o então deputado federal chegou a afirmar que não existe outra maneira de se governar, a não ser a que seja sem acordos. “Se é só essa [a maneira], eu tô fora!”, afirmou antes de se lançar presidente.

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