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Após cassação de Cunha, centrão articula sucessão com a oposição

Com cerca de 150 deputados fiéis, o Centrão quer o apoio da atual oposição, que tem cerca de cem deputados, a um candidato do grupo, para conseguir derrotar um nome da antiga oposição na disputa, provavelmente do PSDB

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DANIEL FERREIRA/METRÓPOLES
Votação na Câmara dos Deputados do impeachment ao afastamento da presidenta Dilma Rousseff – Brasília – DF 17/04/2016
1 de 1 Votação na Câmara dos Deputados do impeachment ao afastamento da presidenta Dilma Rousseff – Brasília – DF 17/04/2016 - Foto: DANIEL FERREIRA/METRÓPOLES

No dia seguinte à cassação do mandato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e enfraquecido desde a eleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a presidência da Câmara, em 14 de julho, o Centrão – grupo de 13 partidos liderado por PP, PSD e PTB – articula uma aproximação com a atual oposição, principalmente PT, PDT e PCdoB O objetivo é juntar forças para tentar se sobrepor à antiga oposição – PSDB, DEM, PPS e PSB – na eleição para a sucessão de Maia, em fevereiro de 2017.

Com cerca de 150 deputados fiéis, o Centrão quer o apoio da atual oposição, que tem cerca de cem deputados, a um candidato do grupo, para conseguir derrotar um nome da antiga oposição na disputa, provavelmente do PSDB.

A estratégia pode prejudicar o governo. Em troca, o Centrão acena com discurso de que poderá estar ao lado dos opositores defendendo mudanças em pautas econômicas importantes, como o teto de gastos públicos e a reforma da Previdência.

“Existe um diálogo que tende a ficar cada vez mais profundo para tratarmos de assuntos de interesses dos dois grupos”, afirmou o líder do PTB, Jovair Arantes (GO), apontado como o principal nome do Centrão para a disputa pela sucessão de Maia. Jovair e o líder do PP, Aguinaldo Ribeiro (PB), que tem bom trânsito na oposição, são os principais articuladores dessa aproximação.

A costura começou antes mesmo da cassação de Cunha e deve se intensificar após as eleições municipais. Segundo deputados da oposição, nos primeiros contatos, o discurso do Centrão tem sido de que o grupo lançará um candidato “independente” do Planalto.

Nas conversas, líderes do Centrão têm indicado que poderão, por exemplo, apoiar mudanças na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece o teto dos gastos públicos por 20 anos para poupar saúde e educação dessas regras. Legendas como SD, PTB, PSD e parte do PP reconhecem que será muito difícil a maioria de seus deputados apoiar a reforma da Previdência. Segundo um deputado opositor, um líder do Centrão afirmou que cerca de 130 a 140 deputados do grupo podem se unir à oposição na votação de temas polêmicos.

Estratégia
O Centrão tenta repetir a estratégia adotada pela antiga oposição na eleição de Maia. O deputado do DEM foi eleito presidente da Câmara com apoio de PT, PDT e parte do PCdoB. Desde então, os dois grupos seguem em diálogo.

Assim como o Centrão, a antiga oposição continua trabalhando para manter os atuais opositores em sua órbita de influência, até a eleição para a presidência da Casa em 2017.

Com a abordagem dupla, a oposição afirma que o posicionamento final dependerá das propostas concretas que o Centrão e a antiga oposição enviarem. “A posição que as determinadas forças adotarem é que pode balizar possíveis alianças”, disse o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP). Um dos sinais já foi dado com o voto de líderes do Centrão a favor da cassação de Cunha, como o de Rogério Rosso (PSD-DF).

Na costura, o Centrão tem a seu favor a dificuldade que há na esquerda de apoiar um nome do PSDB, como Antonio Imbassahy (BA) e Carlos Sampaio (SP). Ao mesmo tempo, o grupo tem contra si o fato de Jovair ter sido relator do processo de impeachment de Dilma Rousseff na Câmara

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