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Polícia Civil do ES paralisa atividades em protesto por colega morto

Movimento agrava crise de segurança no estado. Policiais militares do estado estão de braços cruzados desde sábado (4/2)

atualizado

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WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
exército soldados forças armadas vitória espírito santo
1 de 1 exército soldados forças armadas vitória espírito santo - Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO

Uma assembleia da Associação de Investigadores da Polícia Civil do Espírito Santo (Assinpol) realizada na manhã desta quarta (8/2) decidiu pela paralisação parcial imediata dos policiais civis. A categoria vai cruzar os braços até meia-noite. Apenas 30% do efetivo deverá trabalhar, o que pode atrapalhar ainda mais os trabalhos no Departamento Médico Legal (DML) da capital capixaba, Vitória.

Neste momento, os policiais fazem passeata em direção ao Quartel Central da Polícia Militar para se juntar às mulheres dos PMs que protestam desde sábado (4). Eles vão trabalhar apenas nas 18 delegacias regionais e especializadas do estado — quatro delas na Grande Vitória — por tempo indeterminado.

O movimento anunciado nesta quarta é um protesto pela morte do policial Mário Marcelo de Albuquerque. Ele foi assassinado na terça quando se deslocava de Vitória para Colatina. Os policiais militares do Estado estão parados desde sexta-feira, em protesto contra o não reajuste de salários.

O presidente do Sindicato dos Policiais Civis do estado, Jorge Leal, está no velório de Marcelo, morto nesta terça-feira (7), em Colatina, noroeste do Espírito Santo. Ele e um colega chegavam à localidade de Baunilha, quando viram um homem sofrendo assalto. Albuquerque reagiu e foi atingido. A região de Colatina também está sem policiamento por causa do motim da PM.

“A culpa não é da paralisação dos policiais militares, mas dessa política do governo, de não valorizar a Segurança Pública. As polícias estão sucateadas, não temos policiais suficientes e o governo não concede nem o direito trabalhista que é a recomposição salarial. Estamos sem aumento salarial há sete anos, e há quatro não temos nem sequer o reajuste da inflação. Isso gerou esse clima de insegurança. É uma tragédia anunciada e o governador não dialoga”, afirmou Leal.

A Assinpol não é o principal sindicato e reúne cerca de 800 agentes. O efetivo total de policiais civis no Espírito Santo é composto por 3,2 mil servidores. Uma assembleia marcada para a quinta-feira (9) pelo Sindicato dos Policiais Civis (Sindipol), que representa oficialmente a categoria, deverá decidir sobre a paralisação ou não.

Violência
Os policiais militares do Espírito Santo chegam ao quinto dia de paralisação nesta quarta-feira (8/2) e, neste período, o estado registrou 87 mortes violentas. A informação foi divulgada pelo Sindicato dos Policiais Civis capixaba. Além disso, a Federação do Comércio avalia prejuízo de pelo menos R$ 110 milhões causado por roubos a 270 lojas — R$ 20 milhões em saques e R$ 90 milhões em vendas perdidas.

O reforço da Força Nacional e dos militares do Exército e da Marinha só foi sentido no fim do dia. Pela manhã, com as tropas ainda em deslocamento. Nesta terça-feira, apenas 500 policiais militares foram às ruas em todo o estado. Em circunstâncias normais, o efetivo seria pelo menos quatro vezes maior apenas na Grande Vitória.

DML
Superlotado após a alta de mortes, o Departamento Médico Legal (DML) da capital foi fechado na segunda, por orientação da Polícia Civil. Havia quase 30 corpos no departamento, que tem só 12 gavetas frigoríficas, segundo o Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Espírito Santo (Sindepes). “Parecia campo de guerra da Síria. Havia 16 cadáveres no chão”, descreveu Rodolfo Laterza, presidente da entidade.

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