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Padrinho arrastado pela água mandou áudio se despedindo: “Só por Deus”

Carlos Wolfart, 41 anos, estava no Rio Grande do Sul para ser padrinho de um casamento. Esposa e filhos foram resgatados de helicóptero

atualizado

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Divulgação/Corpo de Bombeiros
imagem colorida catarinense arrastado pela enxurrada santa cruz do sul
1 de 1 imagem colorida catarinense arrastado pela enxurrada santa cruz do sul - Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros

O catarinense Carlos Wolfart, 41 anos, que morreu após ser levado pelo rio Pardinho, em Sinimbu (RS), mandou um áudio se despedindo da família, antes de ser levado pela correnteza. Ele viajou para o Rio Grande do Sul para ser padrinho de casamento do cunhado Gilberto Eidt.

A mensagem foi enviada para a esposa dele enquanto aguardava resgate agarrado a uma árvore no meio do alagamento. Segundo a irmã dele Milena Wolfart, ele pediu para que a filha cuidasse bem da mãe dela.

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“Ele ainda falou no último áudio que ele deixou ‘só por Deus, só por Deus’, e pediu para a filha dele cuidar bem da mãe”, declarou a irmã, ao portal g1.

O corpo de Carlos foi encontrado na quarta-feira (8/5), após 8 dias desaparecido. Ele era natural de Itapiranga (SC).

Tentativa de resgate do padrinho de casamento

Carlos estava em um sítio com a família para a celebração do casamento do cunhado, que ocorreria em 30 de abril, mas ficou ilhado. Enquanto aguardava ajuda, a família tentou buscar socorro.

 “A gente tem um lago bem grande no sítio, e ele passou por lá. Depois, desceu uns 500 metros, me ligou de vídeo para mostrar a situação. Mas, quando foi voltar, o rio estava passando por esse lago. Ele não sabia nadar, e não conseguiu mais passar”, contou o noivo Gilberto Eidt, ao portal Uol.

Segundo Gilberto, por volta das 7h, Carlos retornou a ligação e disse que precisava ser resgatado.

A partir dali, os dois começaram a se falar pelo celular, e Carlos mandou a localização para que fossem buscá-lo. De acordo com Gilberto, a situação parecia ser possível de ser resolvida.

“Eu liguei para um amigo chefe da polícia, ele disse que não tinha como resgatar. Consegui dois helicópteros de amigos, só que eles não tinham teto para decolar. Estava chovendo muito, com neblina e raios. Os bombeiros não conseguiram atravessar o rio para fazer o socorro”, detalhou o noivo sobre a tentativa de resgate.

Segundo o noivo, a situação foi se complicando, e ele decidiu, então, entrar em contato com dois amigos que têm jet ski para tentar chegar até Carlos. “Foi o que fiz no desespero.”

Com a elevação do nível da água, Carlos acabou subindo em uma árvore, mas o volume continuou aumentando. O grupo que se reuniu para resgatá-lo chegou ao local por volta das 16h.

Em um dia normal, o trajeto seria possível em cerca de 20 minutos, mas, na ocasião, Gilberto e os amigos demoraram quatro horas. “Eu fui com um colete a mais e uma corda para tentar salvá-lo, mas cheguei atrasado. Os vizinhos próximos viram ele indo embora com a árvore”, contou.

Carlos foi levado após a cheia do rio Pardinho. Com a tristeza dos familiares, a festa foi cancelada. Em uma ação solidária, os noivos decidiram doar toda a comida do buffet para vítimas desabrigadas.

De acordo com o último boletim da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, 107 pessoas morreram e mais de 136 estavam desaparecidas até essa quinta (9/5).

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