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Municípios da Mata Atlântica têm menos de 30% de vegetação natural

Levantamento do MapBiomas mostra que um a cada quatro hectares de vegetação nativa no bioma é formado por floresta secundária

atualizado

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Polícia Militar Ambiental/Divulgação
Desmatamento na Mata Atlântica - Metrópoles
1 de 1 Desmatamento na Mata Atlântica - Metrópoles - Foto: Polícia Militar Ambiental/Divulgação

Dados divulgados pelo MapBiomas, nesta quarta-feira (19/10), mostram que 57% dos 17 municípios da Mata Atlântica têm menos de 30% da vegetação nativa. Cerca de 70% dos brasileiros vivem no bioma, entre as regiões Nordeste, Sudoeste e Centro-Oeste.

Os estados com menor cobertura nativa, em 2021, são: Alagoas (17,7%), Goiás (19,5%), Pernambuco (23,4%), Sergipe (25,5%), São Paulo (28,4%) e Espírito Santo (29,3%).

Entre as unidades da Federação com maior cobertura nativa de Mata Atlântica,em 2020, segundo o MapBiomas, aparecem Piauí (89,9%), Ceará (76,9%), Bahia (49,7%) e Santa Catarina (48,1%).

Além da redução em área, existe um processo de queda da qualidade dessa cobertura vegetal. Entre 1985 e 2021, houve perda de 23% de floresta madura.

No mesmo período, 9,8 milhões de hectares de vegetação primária acabaram desmatados, enquanto 8,8 milhões de hectares foram regenerados em vegetação secundária — elas correspondem a 26% de toda a cobertura florestal da Mata Atlântica.

“As florestas secundárias são essenciais para proteção dos rios, diminuição da distância entre fragmentos e absorção de carbono da atmosfera, mas não têm a mesma biodiversidade de uma floresta primária”, alerta o coordenador técnico do MapBiomas, Marcos Rosa.

Agricultura

A atividade agrícola avança na Mata Atlântica, com cerca de 17,6% da região ocupada, com 10,9 milhões de hectares. Em 1985, a agricultura atingia apenas 9,2% do bioma. A silvicultura ganhou 3,7 milhões de hectares, passando de 0,7%, em 1985, para 3,5% do bioma em 2021.

Juntas, agropecuária, agricultura, pastagens, áreas de mosaico de usos e a silvicultura ocupam 60,1% da Mata Atlântica, segundo o levantamento.

Urbanização

Com intenso processo de urbanização nos últimos 37 anos, a área passou de 674 mil hectares, em 1985, para 2,03 milhões de hectares em 2021 — um aumento de 1,4 milhão de hectares.

Entretanto, o avanço da urbanização se concentrou, principalmente, nas áreas já alteradas. Em 1985, 12,7% cresceram sobre áreas que eram naturais.

Uso da água

De 1985 a 2021, a Bacia do Paraná, uma das mais importantes regiões hidrográficas do Brasil, teve a cobertura nativa reduzida de 22,5% para 21,6%.

Outras bacias com diminuição na proteção ambiental adjacente são as do Paranapanema e do São Francisco.

“A preservação do que restou de Mata Atlântica e a restauração em grande escala são essenciais para preservarmos alguma resiliência dessa região à dupla ameaça da crise climática e da crescente irregularidade do regime de chuvas, decorrente do desmatamento da Amazônia”, ressalta o diretor-executivo da SOS Mata Atlântica, Luís Fernando Guedes Pinto.

O levantamento do MapBiomas foi realizado com base em mapeamento de imagens que respeitou os contornos determinados pela Lei n° 11.428, de 2006, também conhecida como Lei da Mata Atlântica.

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