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Mãe de jovem morto por policial no RJ fala em homofobia: “Não era bandido”

Nikollas Simas Bezerra saiu da casa de um amigo, na zona oeste do RJ, no domingo (10/10), e foi encontrado morto em Niterói nesta quarta

atualizado

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Arquivo Pessoal
Nikollas Simas Bezerra, 28 anos, encontrado morto em Niterói (3)
1 de 1 Nikollas Simas Bezerra, 28 anos, encontrado morto em Niterói (3) - Foto: Arquivo Pessoal

Rio de Janeiro – Na última mensagem que Nikollas Simas Bezerra, de 28 anos, enviou para a mãe, Elis Dos Reis Simas, na noite de domingo (10/10), ele dizia: “Cheguei (na casa de um amigo, em Campo Grande, na zona oeste do Rio). Te amo”. Depois disso, o jovem  desapareceu por três dias até seu corpo ser encontrado nesta quarta-feira (13/10), em Niterói, na Região Metropolitana.

O jovem morto era funcionário de uma rede de farmácias. A Polícia Militar informou que Nikollas foi morto por um policial civil, que reagiu a uma invasão à sua residência, em Santa Bárbara, Niterói. Elis rechaça a versão e acredita que o filho possa ter sido vítima de homofobia.

“Meu filho era um homem digno, trabalhador, responsável. Não há explicação para ter sido encontrado como foi, sem a mochila, sem os documentos, com dois tiros no peito, na altura do coração. Sou uma mãe que precisa de respostas, sentindo uma dor imensa. Neste momento, só tenho uma verdade: meu filho não era bandido”, diz Elis, em entrevista ao Metrópoles.

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De acordo com Polícia Militar, no chamado para emergência, o policial civil disse que sua casa havia sido invadida e que disparou contra o invasor, que estaria armado com um punhal.

“Não acredito nisso. Se ele invadiu a residência, por que o corpo dele não foi encontrado na casa? Cadê a arma? Se meu filho entrou em algum lugar, certamente foi para pedir ajuda, para fugir de algum perigo. É mais uma história contada pela polícia que não convence”, contesta Elis.

Morte precoce

A mãe do jovem morto lamenta a partida precoce do filho e lembra que ele sempre precisou lutar muito para viver.

“Nikollas nasceu faltando 10 dias para completar sete meses de gestação. Teve várias complicações, quase o perdi após uma parada cardiorrespiratória. E ao longo da vida batalhou muito para ser quem era, para que a gente se orgulhasse dele. Era o meu único filho que, por ironia, queria ser policial civil, mas acabou morto por um deles. Muito assustadora essa situação toda”, desabafa.

O corpo de Nikollas foi localizado em um terreno na Rodovia Amaral Peixoto, sem imóveis próximos e foi levado para o Instituto Médico-Legal (IML), onde foi periciado. O jovem foi sepultado no Cemitério de Campo Grande, na zona oeste. “Ainda não tive cabeça para procurar a polícia, para ir até a delegacia entender o motivo de estarem tratando meu filho como o criminoso que ele nunca foi”, completa a mãe.

A Polícia Civil, em nota, informou apenas que a Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG) instaurou inquérito para apurar o caso e identificar a autoria do crime.

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