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Lula no Brics: “Brasil voltou à África, da qual nunca deveria ter afastado”

Presidente Lula está em Joanesburgo para a 15ª Cúpula do Brics. Nesta terça (22/8), os líderes de países-membros também participam de retiro

atualizado

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Ricardo Stuckert/PR
Lula
1 de 1 Lula - Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou, nesta terça-feira (22/8), do Fórum Empresarial dos Brics, primeira agenda oficial de líderes na 15ª Cúpula do grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O encontro ocorre em Joanesburgo, capital do país sul-africano.

Em sua fala na abertura da solenidade, o petista disse que o Brasil está de volta às relações com o continente africano, das quais nunca deveria, segundo ele, ter se afastado. Durante o governo anterior, do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o Brasil quase extinguiu a relação com os países africanos – o então mandatário não fez nenhuma viagem ao continente.

“Em meus dois primeiros mandatos, o continente africano foi uma prioridade. Fiz doze viagens à Africa e estive em vinte e um países. O Brasil está de volta ao continente de que nunca deveria ter se afastado. A África reúne vastas oportunidades e um enorme potencial de crescimento”, disse Lula.

Em sua fala, o mandatário brasileiro ainda exaltou a expansão que o continente vem fazendo nos últimos anos. “A África está construindo um ambicioso projeto de zona de livre comércio: 54 países, 1,3 bilhão de pessoas e um PIB de mais de US$ 3 trilhões”, expôs o presidente.

“Neste continente, que é o mais jovem do mundo e será o mais populoso em 2100, são inúmeras as oportunidades para produtos brasileiros como alimentos e bebidas, petróleo, minério de ferro, veículos e manufaturas de ferro e aço”, prosseguiu.

O mandatário brasileiro foi o segundo líder a discursar, logo após o presidente sul-africano.

Veja a participação de Lula no fórum:

Até a próxima quinta-feira (24/8), representantes dos países-membros e convidados discutirão a expansão do bloco — pauta que definirá o futuro da aliança —, além de outros temas, como a criação de uma moeda comum, o fortalecimento do Banco dos Brics e a aproximação com nações africanas.

Dos países do grupo, estão presentes os presidentes Lula (Brasil), Cyril Ramaphosa (África do Sul) e Xi Jinping (China), além do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi. Vladmir Putin, da Rússia, participará do encontro de forma remota.

Agenda na África do Sul

O fórum empresarial é a primeira agenda oficial dos chefes de Estado e governo no evento. Em seguida, os líderes das nações do Brics participarão de um encontro em formato de retiro, com a participação apenas dos respectivos ministros das Relações Exteriores.

Na quarta-feira (23/8), ocorrerá a reunião de cúpula entre os líderes do bloco, em duas sessões. No dia seguinte, na última etapa do evento, haverá o encontro estendido com os países-membros do Brics e cerca de 40 países convidados, em sua maioria, chefes de Estado e governo de nações interessadas em ingressar no bloco, vindos da África, da América do Sul, do Caribe e da Ásia.

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Expansão do bloco

Mais cedo, durante a tradicional transmissão do programa Conversa com o Presidente, Lula negou que o objetivo do Brics seja ser “um contraponto” a outros blocos, como o G7 (formado pelos sete países mais industrializados dom mundo) e o G20.

“Não queremos ser contraponto ao G7, ao G20, aos Estados Unidos. A gente quer se organizar. O Sul Global [por exemplo]: sempre fomos tratados como se fôssemos a parte pobre do planeta, como se não existíssemos. Estamos vendo que podemos nos tornar países importantes”, defendeu o mandatário.

“O que a gente quer é criar novos mecanismos, que tornem o mundo mais igual do ponto de vista das decisões políticas. Estamos dizendo apenas: ‘nós existimos, estamos nos organizando e queremos sentar em uma mesa de negociação em igualdade de condições com a União Europeia, EUA e qualquer outro país’”, prosseguiu.

Lula é um grande defensor da nova governança global – que representa a busca por organismos multilaterais mais equilibrados e inclusivos. Ou seja, uma reforma do contexto global marcado pela hegemonia dos Estados Unidos e Europa Ocidental.

O mandatário voltou a citar o caso do Conselho de Segurança da ONU para exemplificar a fala, e afirmou que o organismo multilateral “perdeu a representatividade”.

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