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Lista de boicote a comércios “esquerdistas” gera medo em SC e PR

Mensagem de WhatsApp enumera estabelecimentos de duas cidades que devem sofrer represálias e boicote por cidadãos “de direita”

atualizado

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lista boicote SC
1 de 1 lista boicote SC - Foto: Reprodução

Circula pelo WhatsApp nas cidades de Mafra (SC) e Rio Negro (PR) uma lista de estabelecimentos considerados “esquerdistas” e que, assim sendo, deveriam ser boicotados pelos cidadãos “de direita” das cidades. Os dois municípios ficam muito próximos um do outro, na divisa dos estados de Santa Catarina e Paraná. Nessas cidades, no primeiro turno das eleições, o presidente Jair Bolsonaro (PL) obteve 67% e 65% dos votos, respectivamente.

O suposto boicote, além do prejuízo aos comerciantes, levanta o medo de agressão e outras formas de retaliação.

A mensagem circula desde semana passada em grupos de WhatsApp e gerou muita repercussão entre os moradores das cidades. Os municípios são pequenos. Somados, eles têm 90 mil habitantes e praticamente todo mundo se conhece.

Ao jornal O Globo, a advogada Ana Carolina Moreira de Carvalho, uma das incluídas na lista, testemunha o medo dos profissionais boicotados. “As pessoas estão com medo de sair de casa, de fazer a rotina normal, de se manifestar. Estão com medo de represálias não só em relação ao seu ganha pão, ao seu negócio, mas também temem por sua integridade física”, afirma.

Boicote em outras cidades

Esse não foi a única situação de lista de repúdio por orientação política em Santa Catarina. Também foram registrados casos nas cidades de Papanduva, Canoinhas e São Bento do Sul.

A advogada, junto a outras vítimas, entrarão junto à justiça em ação contra quem propagou a lista e contra os administradores dos grupos em que o conteúdo circulou sem limites. Já foram identificados oito nomes que serão incluídos no processo. Os Ministérios Públicos de Santa Catarina e do Paraná já foram acionados e acompanham o caso.

A Ordem dos Advogados (OAB) de Santa Catarina e do Paraná repudiam o acontecimento. Em nota, condenam “a falta de respeito com a opinião e o posicionamento político de cada cidadão, que é um direito de todos afirmado nas legislações vigentes e afirma que estará vigilante para que atitudes como esta não mais se repitam, e, em prol de toda a sociedade, tomará as medidas judiciais cabíveis, a fim de fazer cessar toda e qualquer inconstitucionalidade ou ilegalidade”.

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