Barroso diz em Londres que brasileiro é “viciado” em Estado
Ministro do STF afirmou em palestra que “a presença excessiva do Estado gera a cultura de favorecimento”
atualizado
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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso avaliou neste sábado (5/5), em Londres, que o Brasil sofre de “oficialismo”, “patrimonialismo” e “desigualdade”. Para Barroso, essas três disfunções ajudam a atrasar o avanço da história do País. Sobre o oficialismo, ele disse que há uma grande dependência do Estado na vida brasileira, a qual se trata, de acordo com ele, de um verdadeiro vício. O ministro participa da terceira edição do Brazil Forum UK, evento realizado anualmente na capital britânica e em Oxford.
“Qualquer projeto depende do financiamento do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), da Caixa, do prefeito, do governador… Temos que expandir a sociedade e reduzir essa dependência”, defendeu. “A presença excessiva do Estado gera a cultura de favorecimento e está por trás do loteamento de cargos públicos, por exemplo”, citou.
Em relação ao patrimonialismo, o ministro argumentou que a herança da formação ibérica brasileira deixou como legado a incapacidade de o brasileiro separar o público do privado. “Acho que ainda não superamos inteiramente no Brasil e está na origem de muitos problemas que temos. Ainda temos elites extrativistas que se apropriam do espaço publico para repartir, entre si, loteamentos”, considerou.A terceira disfunção apresentada pelo magistrado foi a desigualdade. “Embora tenhamos avanços, ainda vivemos no País a crença de que existem superiores e inferiores e cada um vai em busca de seu próprio privilégio. Cada um quer sua imunidade tributária, seu auxilio moradia, seu foro privilegiado e sua prisão especial”, mencionou durante o evento.