O PSB chancelou por aclamação, nesta sexta-feira (29/7), a candidatura do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) para vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A convenção partidária contou com a participação do petista, em gesto do presidenciável para tentar amenizar as disputas entre as legendas coligadas às vésperas do início da campanha eleitoral.
O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, afirmou que as divergências entre candidaturas estaduais são “questões pontuais” e decorrem de “projetos distintos em alguns estados”.

Com o nome oficializado, Alckmin passará a cumprir agenda pelo interior do país e demover a rejeição do petista em setores como o agronegócio e o empresariadoGustavo Moreno/Metrópoles

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O petista Luiz Inácio Lula da SilvaGustavo Moreno/Metrópoles

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“Essa é a mais importante coligação que o PSB participa desde a sua reconstrução. A disputa presidencial se afigura entre democracia e autoritarismo, entre civilização e barbárie. Neste contexto, em que pese questões pontuais e projetos distintos em alguns estados, a luta em favor da plenitude democrática une de forma sólida os partidos que compõem o campo progressista em apoio incondicional a Lula e Alckmin”, defendeu.
A reunião ocorre uma semana após o PT oficializar a candidatura de Lula ao Palácio do Planalto. Na ocasião, o partido optou por uma convenção mais “protocolar” e sem a presença dos integrantes da chapa. Neste mesmo dia, Lula e Alckmin cumpriam agenda em Recife (PE).
O PSB, por sua vez, decidiu pela realização de um grande ato em hotel de luxo na capital federal, que teve a segurança reforçada para o evento. Como tem sido de praxe nos eventos com a presença de Lula, todos os jornalistas credenciados para cobrir a cerimonia precisaram passar por detectores de metais, além de revistas pessoais.
Com o nome oficializado, Alckmin passará a cumprir agenda pelo interior do país e demover a rejeição do petista em setores como o agronegócio e o empresariado.

Quinze anos depois de concorrerem como rivais nas eleições ao cargo de chefe do Executivo federal, o ex-presidente Lula (PT) e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) ensaiam formar aliança inusitada para 2022Ana Nascimento/ Agência Brasil

Lula e Alckmin disputaram o segundo turno das eleições presidenciais de 2006 em uma campanha marcada por ataques mútuos. Lula saiu vencedor com 48,61% dos votosBand/Reprodução

Após a derrota, Alckmin seguiu como oposição ferrenha a LulaFilipe Cardoso/ Metrópoles

No entanto, mirando nas eleições de 2022, o ex-presidente mostrou interesse em ter Alckmin como viceRafaela Felicciano/Metrópoles

Pouco antes do Natal, Lula e Alckmin tiveram o primeiro encontro

A aliança entre os políticos é estratégica. Ter Alckmin como vice pode atrair setores do mercado e do empresariado que resistem ao nome de Lula como candidato à Presidência da RepúblicaMichael Melo/Metrópoles

O tucano pode, também, agregar mais votos de São Paulo, o maior colégio eleitoral do paísIgo Estrela/Metrópoles

De acordo com pesquisa realizada em setembro de 2021 pelo Datafolha, Alckmin estava na liderança para o governo paulistaIgo Estrela/Metrópoles

A aliança entre os políticos foi oficializada em abril de 2022. A "demora" envolveu, além das questões legais da política eleitoral, acordo sobre a qual partido o ex-governador se filiariaAna Nascimento/ Agência Brasil

Ao ser vice de Lula, Alckmin almeja ganhar ainda mais projeção política, o que o beneficiará durante possível corrida presidencial em 2026Rafaela Felicciano/Metrópoles

Em 18 de março de 2022, Alckmin anunciou a filiação ao PSB, depois de 33 anos no PSDBDivulgação/ Ricardo Stuckert

Carlos Siqueira, Geraldo Alckmin, Lula e Gleisi HoffmannFábio Vieira/Metrópoles
“Governo quebrou a cara”
A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR), afirmou que o ato marca a “construção de uma grande unidade em torno de um grande programa para o Brasil”. “É uma alegria estar aqui, porque esse é um processo de construção da unidade em defesa da democracia. PT e PSB já caminharam juntos por muito tempo, em muitas caminhadas e por muitas lutas, mas nem sempre estiveram juntos em todas eleições. Nos segundos turnos, sempre estávamos juntos lá para garantir governos democráticos, populares e progressistas”, lembrou a deputada.
“Nestas eleições, ninguém titubeou. Apesar das divergências que trazíamos dos nossos embates, vimos a necessidade de estarmos juntos para enfrentar o que o Brasil está passando”, completou a petista.
A representante da sigla aproveitou a oportunidade para provocar o presidente Jair Bolsonaro (PL) com o resultado da pesquisa de intenção de votos divulgada pelo Instituto Datafolha. O levantamento aponta Lula na liderança pela preferência do eleitorado brasileiro. A diferença do petista para o atual presidente é de 18 pontos percentuais, de acordo com o estudo.
“Nós temos quem pode oferecer respostas imediatas para o povo brasileiro – e não respostas eleitoreiras, como o governo que está aí, achando que pode comprar votos, e que ontem quebrou a cara com a pesquisa que saiu, porque ele não pode comprar voto, não. Não se compra voto do povo brasileiro. O povo brasileiro entende o que são projetos, programas e está alerta sobre isso”, finalizou Gleisi.
Convenções partidárias
As convenções partidárias são reuniões de filiados para escolha de candidatos e oficialização de coligações com o intuito de disputar um cargo eletivo. A definição ocorre por meio de decisão dos filiados, podendo acontecer mediante votação ou aclamação.
O primeiro candidato à Presidência a ser oficializado foi Ciro Gomes. O ex-ministro da Fazenda teve o nome aprovado por unanimidade pelo PDT em reunião realizada na quarta (20/7).
Os eventos também servem para confirmar candidaturas que tentam uma cadeira no Congresso Nacional, nos Executivos estaduais e nas Assembleias Legislativas. Conforme definido pela legislação, as cerimônias podem ocorrer de 20 julho a 5 de agosto.

Convenções partidárias são uma espécie de reunião onde filiados de um determinado partido político se juntam para a escolha de candidatos a cada cargo eletivo e formação de coligações. De acordo com a Lei da Reforma Política, número 13.165/2015, “as convenções devem ocorrer no período de 20 de julho a 5 de agosto do ano eleitoral”Igo Estrela/Metrópoles

Isso porque como cada partido tem inúmeros filiados, é necessário escolher entre eles os que serão candidatos a cargos eletivos. Só após esses encontros é que as siglas poderão registrar as candidaturas na Justiça Eleitoral e garantir que seus filiados estejam vinculados a números nas urnas eletrônicasGustavo Moreno/Metrópoles

Pelas regras eleitorais, só poderão participar das eleições partidos que tenham registrado seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até seis meses antes da data do pleito. Ademais, é necessário que haja um órgão de direção até a data da convenção, devidamente anotado no tribunal eleitoral competenteIgo Estrela/Metrópoles

Outra etapa dessas convenções é o sorteio do número com o qual cada candidato irá concorrer. A medida vale para quem se candidata pela primeira vez ou não concorreu nos últimos pleitos. Quem já disputou uma vaga, ainda que não tenha sido eleito, tem o direito de repetir o número em 2022, desde que esteja no mesmo partidoGustavo Moreno/Metrópoles

Segundo o artigo 87 do Código Eleitoral, “só podem concorrer às eleições os candidatos que estiverem filiados a um partido político”Igo Estrela/Metrópoles

A próxima data importante do calendário eleitoral é o dia 15 de agosto, período máximo para partidos e coligações solicitarem à Justiça Eleitoral o registro de seus candidatosFelipe Menezes/Metrópoles

Em 16 de agosto começa, oficialmente, a propaganda nos meios de comunicação. Só então será permitido aos candidatos pedirem voto diretamente e promoverem atos de campanha, como comíciosGetty Images

De 26 de agosto a 29 de setembro, será veiculada, em canais de TV aberta e estações de rádio, a propaganda eleitoral gratuita para o primeiro turno, em dois horários por dia.O primeiro turno ocorre em 2 de outubro, e o segundo, se e onde houver, no dia 30 de outubroHugo Barreto/Metrópoles
Os atos ainda marcam o sorteio do número que cada candidato vai concorrer nas eleições. Aos partidos políticos fica garantido o direito de manter os números concedidos à sua legenda na eleição anterior e aos candidatos, bem como o direito de manter os números que lhes foram atribuídos na eleição anterior para o mesmo cargo.
Vale ressaltar que a legislação eleitoral veda a candidatura avulsa até em casos em que a pessoa está filiada a um partido político. Passado o período das convenções, as legendas terão até 15 de agosto para registrar seus candidatos no TSE. A partir de 16 de agosto, inicia-se, oficialmente, a campanha eleitoral.
Confira a agenda completa: