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Construção de órgãos em 3D revolucionam curso de Medicina

Com estrutura tecnológica da USP, alunos da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) aprofundam os estudos por meio de modelos de órgãos com doenças

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Alfredo Fernandes/Agecom
Alfredo Fernandes/Agecom
1 de 1 Alfredo Fernandes/Agecom - Foto: Alfredo Fernandes/Agecom

A rotina de estudos do aluno de Medicina André Gomes, de 26 anos, sobre o funcionamento de órgãos passou por uma revolução. Se antes ele precisava de cadáveres ou das imagens em livros, agora, o estudante da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) conta com peças em 3D que estão ao seu alcance graças a uma parceria com a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

Com a estrutura tecnológica da USP e uma impressora 3D, cerca de 2 mil alunos dos cursos de Medicina, Odontologia e Enfermagem da universidade amazonense estão aprofundando os estudos e tendo acesso a modelos de órgãos com doenças e com um detalhamento que não seria possível apenas com o uso de corpos. O projeto vai completar um ano no próximo mês e a UEA foi a primeira entidade a receber a iniciativa.

“É uma alternativa ao ensino com o cadáver, porque nem sempre o estudante precisa estar em laboratório. O órgão em 3D permite um contato manual e é uma grande contribuição para o estudo da anatomia”, diz o estudante.

Para construir os órgãos, a USP faz uma ressonância magnética neles – usando a máquina 7 tesla, que é a mais potente da América Latina – e o resultado é impresso no equipamento 3D. A reprodução pode ser feita em qualquer lugar com uma impressora compatível. De acordo com a USP, o projeto foi feito por meio de um convênio e a UEA investiu cerca de R$ 1,5 milhão. Também foi feito um investimento na formação dos docentes.

“O órgão em 3D não vem para substituir (o órgão real), mas para complementar. Para o aluno, é fantástico. Ele tem contato com uma estrutura realística, didática e que facilita a compreensão”, explica Chao Wen, chefe da seção de Telemedicina do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da USP.

Além de mostrar todas as estruturas dos órgãos, o método consegue fazer recortes e ampliações. “O aumento do tamanho pode ser de 150 a 200 vezes. É a materialização do mundo digital para o físico.” O estudante André Gomes concorda. “Quando há um estímulo para estudar, nasce uma curiosidade que contribui para que o desempenho aumente.”

A capacidade de produzir com exatidão e com riqueza de detalhes os órgãos é uma característica destacada pelo reitor da UEA, Cleinaldo de Almeida Costa. “A impressora reproduz a peça anatômica. Pode ser uma parte do corpo, órgão com lesão, olho com vários recortes, o feto, aparelhos reprodutores, qualquer parte do corpo. O aluno entra em um cenário de um novo eixo de aprendizado, sai do papel para uma peça real que pode ser usada ao longo do ano, torna-se um acervo material.”

Costa diz que o equipamento trouxe benefícios até para pessoas que não fazem parte do ambiente acadêmico. “Há duas semanas, foi realizada a 7.ª Semana de Anatomia com uma feira que é apresentada à comunidade e um dos carros-chefes foram os órgãos em 3D.” Os estudantes já têm contato com a tecnologia no primeiro semestre. “Essa é uma tecnologia que veio para ficar. Existe uma dificuldade para a manutenção dos cadáveres e as peças em 3D podem ser usadas à exaustão.”

A próxima unidade a receber o projeto será a União das Faculdades dos Grandes Lagos (Unilago), em São José do Rio Preto, interior paulista, no mês que vem.

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