metropoles.com

Defensores públicos expressam “preocupação” com intervenção no Rio

Associação afirma que medidas adotadas e cogitadas pelo governo são “absolutamente incompatíveis com a Constituição Federal”

atualizado

Compartilhar notícia

MICHAEL MELO/METRÓPOLES
Michael Melo/Metrópoles
1 de 1 Michael Melo/Metrópoles - Foto: MICHAEL MELO/METRÓPOLES

A Associação Nacional dos Defensores Públicos Federais (Anadef) divulgou nota, nesta quarta-feira (21/2), expressando “extrema preocupação” com os desdobramentos da intervenção federal na área de Segurança Pública do estado do Rio de Janeiro. A medida, autorizada pelo presidente Michel Temer na última sexta-feira (16/2), dá às Forças Armadas o controle sobre a segurança no RJ.

No texto, a entidade afirma que grande parte das ações até agora adotadas e cogitadas “são absolutamente incompatíveis com a Constituição Federal, ferindo de morte a cidadania e a dignidade da pessoa humana, fundamentos da República Federativa do Brasil, bem como os direitos que receberam o contorno de garantias fundamentais por parte do constituinte”.

A Anadef critica ainda a possibilidade de emissão de mandados de prisão e de busca e apreensão coletivos, conforme cogitado pelo grupo interventor. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, no entanto, já afirmou que os mandados serão individuais.

“A possibilidade de expedição de mandados de busca e apreensão coletivos, bem como as abordagens ostensivas e humilhantes contra crianças e adolescentes nas comunidades cariocas, são merecedoras de completo repúdio”, diz a Anadef.

Por fim, a entidade “condena e repudia qualquer conduta violadora dos direitos humanos a serem praticadas contra cidadãos que se encontrem em situação de vulnerabilidade, aumentando ainda mais o estigma de pobreza carregado pela população brasileira”.

Entenda
A intervenção federal no Rio de Janeiro está em vigor desde sexta (16), quando o decreto foi assinado pelo presidente Michael Temer, e foi aprovada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal nesta quarta-feira (21). O texto diz que a decisão foi tomada devido ao “grave comprometimento da ordem pública no estado”.

A norma determina que a intervenção será mantida até o dia 31 de dezembro, quando acaba o mandato de Temer no Palácio do Planalto. O documento nomeia o general do Exército Walter Souza Braga Netto como interventor e afirma que ele ficará subordinado ao presidente e não “está sujeito às normas estaduais que conflitarem com as medidas necessárias à execução da intervenção”.

Conforme citado no documento, a medida é de natureza militar, e os demais assuntos seguem sob o poder do governador Fernando Pezão (MDB-RJ).

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?