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“Criança chora”, disse médica indiciada por homicídio de bebê indígena

Segundo a polícia, bebê indígena morreu com pneumonia motivada por uma infecção não tratada. Criança viveu por apenas 72 horas

atualizado

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1 de 1 imagem colorida hospital municipal aragarças goias - Foto: Divulgação

Goiânia – Uma médica foi indiciada por negligência após a morte de um bebê indígena, no município de Aragarças, no oeste goiano. A mulher teria dito a mãe da criança que ele “só precisava de colo” e, por isso, não solicitou exames. Segundo a Polícia Civil, a pediatra também foi indiciada por homicídio culposo.

Conforme a corporação, o bebê nasceu no dia 14 de novembro de 2021, recebeu alta no dia 16 e morreu no dia 17, tendo cerca de 72 horas de vida. Ainda no hospital, a mãe da criança havia relatado que o filho estava chorando em excesso e não conseguiu mamar.

Segundo o delegado que investiga do caso, Fábio Marque, testemunhas confirmaram que ouviram a profissional dizer que “criança chora”.

Causa da morte

De acordo com a PCGO, o bebê morreu com pneumonia, em decorrência de uma infecção não tratada e, que poderia ter sido cuidada com o uso de antibióticos.

O caso aconteceu no hospital municipal da cidade. Segundo Marque, nem a mãe nem o bebê não tiveram nenhuma intercorrência durante o pré-natal ou durante o nascimento da criança. No entanto, logo que o bebê nasceu, a mãe percebeu que o filho não conseguia se alimentar e chorava muito, e então procurou a equipe médica do hospital solicitando uma “fórmula de leite”, para tentar ajudá-lo.

Apesar da explicação da polícia de que a mulher e o bebê ficaram internados por dois dias antes de receberem alta, a defesa da médica alegou que, após o nascimento, “a criança ficou dois dias sem que nenhum médico a examinasse”. Segundo o delegado, na verdade, durante esses dois dias em que os dois permaneceram na unidade, eles foram atendidos apenas por enfermeiros, sem nenhum atendimento feito por médicos.

“Esses enfermeiros informaram que ela estaria já em alta e ela insistiu que só sairia de lá se a pediatra autorizasse ela a ir embora. Foi quando ela falou com essa pediatra, disse que o bebê não estava bem e não estava se alimentando, que estava com uma coloração levemente amarelada”, explicou o delegado a TV Anhanguera.

“Ela liberou a criança com a mãe para ir para casa e pediu para voltar depois de 15 dias”, complementou.

Ainda segundo a polícia, após ir para casa com o filho, a mãe percebeu que o bebê não melhorou e, no dia seguinte, estava em um quadro aparentemente mais grave. Ao retornar a unidade de saúde, o bebê foi atendido por outro médico, mas não resistiu.

“[A criança] Foi atendida por um outro médico que observou que a criança realmente não estava bem, só que já era tarde. Quando ele pediu os exames, a criança já tinha falecido”, disse o delegado.

Protocolo

De acordo com a defesa da médica, a pediatra foi “diligente e agiu como manda o protocolo”. A profissional não teria pedido exames pois “não verificou necessidade”.

“Ressalta-se, ainda , que a autópsia não atestou nada de errado no pulmão do bebê. Fora que a investigação demorou mais de dois anos para ser concluída e que se limitou a ouvir poucas pessoas. A profissional de saúde já tomou as medidas cabíveis em sua defesa”, diz a defesa da médica.

Já a assessoria jurídica de Aragarças informou que a criança foi liberada sem intercorrências, mas que quando tiver acesso ao laudo da polícia, a prefeitura vai colaborar com as investigações. Disse também que a médica indiciada já foi demitida, não por causa da morte do bebê, mas por questões administrativas.

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