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CPI dos atos golpistas avança e mira ex-aliados de Bolsonaro

Colegiado foi instalado no final de maio. Sessões ocorrem às terças e quintas, às 9h

atualizado

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Geraldo Magela/Agência Senado
Bolsonaristas Parlamentares escutam à fala da senadora Eliziane Gama durante sessão da CPMI do 8 de Janeiro - Metrópoles
1 de 1 Bolsonaristas Parlamentares escutam à fala da senadora Eliziane Gama durante sessão da CPMI do 8 de Janeiro - Metrópoles - Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Instalada para apurar os atos golpistas de 8 de janeiro, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) chega a sua quinta semana mirando os ex-agentes do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Nas últimas sessões, o colegiado ouviu Jean Lawand Júnior, ex-subchefe do Estado Maior do Exército. Agora, a comissão irá colher o depoimento do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid, na próxima terça-feira (4/7). Ele foi alvo de 12 pedidos de convocação.

A oitiva com Lawand aconteceu porque no celular de Cid foram encontradas mensagens do militar pedindo ao ex-ajudante de ordens de Bolsonaro interferência para convencer o então presidente da República e as Forças Armadas a darem um golpe de Estado. O coronel não aceitava a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de outubro de 2022.

Cid foi preso no dia 3 de maio por suspeita de fraude em cartões de vacinação contra a Covid-19 e é considerado peça-chave para a investigação sobre os atos golpistas de 8 de janeiro.

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Ainda estão na mira do grupo, as convocação e o convite dos ex-ministros Anderson Torres e general Augusto Heleno. Eles atuaram durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro no Ministério da Justiça e no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), respectivamente. Entre outros que devem ser convocados, encontram-se Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro; Ricardo Cappelli, ex-ministro interino do GSI; e Gonçalves Dias, ex-ministro do GSI.

O grupo ainda quer pedir a quebra de sigilo dos parentes de Mauro Cid. Ao Metrópoles o deputado Duarte Jr afirmou que será autor dos requerimentos.

“Vou pedir a quebra do sigilo bancário fiscal dos familiares do Mauro Cid. Do pai e do irmão. O irmão dele estava envolvido no gabinete do ódio e também tinha uma empresa lá nos Estados Unidos pra poder proteger o patrimônio dele e operar sem transparência”, disse.

A empresa citada por Duarte faz parte de uma das fortunas da família Cid. 

Composta por 16 deputados e 16 senadores, a comissão tem a maioria da bancada formada por integrantes da base governista, superando oposição e partidos independentes. Em acordo, os membros da comissão descartaram convidar o ex-presidente Jair Bolsonaro neste primeiro momento.

Segundo deputado, é necessário colher mais depoimentos que liguem Bolsonaro aos fatos ocorridos.

“A chamada dele, a convocação dele, tem que ser fundamentada, com estudo e investigação com base em provas reais. Para isso é importante ter esses outros depoimentos. O Anderson Torres, por exemplo [pode contribuir].”

Quem é Mauro Cid

O tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, conhecido como coronel Cid, preso preventivamente em operação da Polícia Federal que investiga fraude em dados de vacinação contra a Covid-19, tem histórico de relacionamento com a família do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Filho do general Mauro Cesar Lourena Cid, que foi colega do ex-chefe do Executivo no curso de formação de oficiais do Exército, Mauro Cid era major e foi promovido a tenente-coronel em 2022. Ele foi ajudante de ordens de Bolsonaro durante a gestão presidencial.

Mauro Cid foi apontado como o pivô da demissão do general Júlio Cesar de Arruda do comando do Exército, em janeiro deste ano.

Ele também é alvo de investigação da Polícia Federal (PF) que apura se o ajudante de ordens do ex-presidente operava uma espécie de “caixa paralelo”, por meio de saques de recursos dos cartões corporativos, o que é negado por Bolsonaro.

O militar compartilhava da intimidade do então presidente. Além de acompanhá-lo em tempo quase integral, dentro e fora dos palácios, Cid era o guardião do telefone celular de Bolsonaro, a ponto de atender ligações e responder a mensagens em nome dele. Também cuidava de tarefas simples do dia a dia da família, como pagar contas em dinheiro vivo.

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