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Crítica: os Rolling Stones tocam blues vibrantes em “Blue & Lonesome”

Após 11 anos sem gravar um disco de estúdio, os Rolling Stones revisitam velhos blues de Chicago em “Blue & Lonesome”

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Rolling Stones
1 de 1 Rolling Stones - Foto: Facebook/Reprodução

“Blue & Lonesome” é o primeiro disco dos Rolling Stones desde “A Bigger Bang” (2005). Com status de banda “imortal”, na ativa desde 1962, os roqueiros parecem tranquilos quanto à pressão comercial por novos projetos.

Em março, tocaram em Cuba. Pouco antes, fecharam-se em um estúdio de Londres por alguns dias e saíram de lá com covers de blues, a maioria de Chicago. Estava pronto o álbum “Blue & Lonesome”. Na altura em que se encontram, Mick Jagger, Keith Richards, Ronnie Wood e Charlie Watts podem voltar ao passado quando bem entenderem.

A popularidade e as pesadas credenciais artísticas garantem esse trânsito livre, essa independência sem correr riscos. Mas o espírito old school não deixa de ser uma tendência entre os veteranos.

Eric Clapton abraçou essa releitura afetiva do blues em “I Still Do” (2016), gravado no mesmo estúdio de “Blue & Lonesome”. Pela proximidade de som e pensamento, juntou-se aos Stones nas músicas “Everybody Knows About My Good Thing” e “I Can’t Quit You Baby”. Bob Dylan fez resgate parecido, mas dos standards de Frank Sinatra e companhia nos CDs “Shadows in the Night” (2015) e “Fallen Angels” (2016).

Sinta o blues: a nostalgia segundo os Rolling Stones
O ar de “música de verdade”, sem caprichos eletrônicos ou de pós-produção, empresta um charme analógico e caseiro à gravação. Jagger manda ver uma introdução de gaita na abertura, “Just Your Fool”, composta por Buddy Johnson.

O instrumento retorna potente nas ótimas versões de Little Walter (“I Gotta Go” e “Hate to See You Go”), um mestre da harmônica. Howlin’ Wolf, divindade blueseira adorada pelos Stones, vem representado por “Commit a Crime”, em um momento francamento roqueiro.

O mais impressionante de “Blue & Lonesome” é como a banda consegue se apropriar de material alheio e torná-lo seu. “Ride ‘Em On Down” ganhou clipe tipicamente stoniano, com Kristen Stewart dirigindo um Mustang por Los Angeles.

“I Can’t Quit You Baby” (Willie Dixon), que já rendeu covers conhecidos de Rush e Led Zeppelin, encerra o passeio com pura euforia roqueira. No fim, é tudo mesmo uma diversão. Para eles e para nós.

Avaliação: Ótimo


“Blue & Lonesome” (Universal, R$ 33,90)

O disco pode ser ouvido na iTunes, Google Play, Spotify e outras plataformas

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