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Locadora Cult Vídeo resiste ao tempo com bom acervo e cursos de cinema

Alexandre e André Costa, sócios e irmãos, mantêm o espaço graças à videoteca de filmes alternativos e às aulas

atualizado

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Giovanna Bembom/Metrópoles
Cult Locadora
1 de 1 Cult Locadora - Foto: Giovanna Bembom/Metrópoles

Após 22 anos à frente da Cult Vídeo, os sócios e irmãos Alexandre e André Costa vez ou outra são chamados de “malucos”. Afinal, por que manter uma locadora aberta em tempos de streaming? Ainda há uma clientela fiel, mas o local teve que criar uma nova linha de negócios para se sustentar: aliar a profundidade do acervo a cursos técnicos e teóricos sobre cinema.

A locadora, hoje um tipo de negócio quase insustentável, precisou se transformar para seguir funcionando. No primeiro andar, uma sala com lousa, projetor e cadeiras abriga cursos teóricos sobre crítica, história do cinema, roteiro, direção e produção. O cineasta brasiliense José Eduardo Belmonte costuma ministrar aulas por lá. O subsolo da loja virou metade estúdio, metade sala de edição, com 11 MacBooks.

Os cursos hoje representam uma parte importante, embora a locadora também seja interessante, por incrível que pareça. Essas coisas nunca morrem

Alexandre, de 49 anos
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Ponto de resistência na cidade, a Cult se assume há cinco anos como um espaço cultural, em que o cinema não é só visto, mas estudado e aprendido. Mas os donos também não querem perder de vista a vocação cinéfila. “Acho que a gente ajudou na formação de muita gente. Nosso diferencial é mesmo o acervo”, diz André, que contabiliza mais de 15 mil títulos no catálogo.

Pirataria, streaming: a saga de uma locadora
Mais novo, André, de 42 anos, trabalhou pelo menos 12 no balcão da locadora. Conheceu muita gente, fez amigos, deu e recebeu dicas de filmes. “É toda uma vida aqui dentro”, reconhece. Se o negócio sobrevive, é também pelo valor afetivo do lugar. “Muita gente vem atrás de um filme específico, pela interatividade da prateleira. Talvez pela nostalgia mesmo”.

Há alguns anos, a direção da Cult passou para as mãos de André. Alexandre continua como sócio, mas dedica mais tempo à produtora Sétima, responsável pelo festival Curta Brasília.

Em mais de 20 anos de negócio, o segredo para evitar a falência foi saber a hora certa de vender e comprar, segundo os donos. Se 2004 foi o auge do mercado de DVDs no Brasil, a partir de 2006 “não parou mais de cair”, releva Alexandre. Além da loja na 215 Sul, a Cult já teve outras quatro unidades: 210 Sul (a matriz), 204 Sul, 107 Norte e uma no Lago Sul.

“Sempre fechamos numa boa. Íamos encerrando e centralizando o acervo”, explica Alexandre. Primeiro a pirataria abalou as locadoras. A segunda crise, ainda mais forte, se apresentou com a popularização do streaming. A Cult já teve 29 funcionários. Hoje, conta com quatro.

O próprio público reconhece o esgotamento das locadoras. “Se atraso dez minutos para abrir ou coloco uma prateleira com DVDs à venda, já vem cliente me perguntando se vamos fechar”, brinca André. Para seguir de portas abertas, a Cult precisou se transformar. Sem deixar de ser a locadora de sempre.

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