GDF desconta dias parados e professores amanhecem sem dinheiro na conta
Apesar de o governo ter prometido não descontar dias parados na greve, recursos foram abatidos de docentes. GDF promete pagar tudo até sexta
atualizado
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Esta segunda-feira (8/5) — quinto dia útil de maio — foi de apreensão para os 28,6 mil professores ativos da rede pública do Distrito Federal. Ao consultar os contracheques, a categoria percebeu que os dias da greve feita entre março e abril foram descontados, embora o GDF tivesse prometido não abater dos salários o tempo parado. Dessa forma, milhares de docentes acordaram sem dinheiro na conta-corrente e vão ter que se virar até o fim da semana para pagar as contas.
O prazo, no entanto, não arrefeceu os ânimos dos professores, que chegaram a se acorrentar aos pés das esculturas dos apóstolos na área externa da Catedral Metropolitana de Brasília durante o protesto. Em 11 de abril, após 29 dias de greve e várias rodadas de negociação, o GDF prometeu não abater o período de paralisação nos salários. No dia seguinte (12/4), a greve foi encerrada. O item VI da Proposta de Termo de Acordo dizia que o governo se comprometeria a “lançar na folha de pagamento de abril as faltas referentes ao movimento paredista sem descontar os dias não trabalhados”.Segundo o GDF, o valor foi descontado porque o acordo feito com o Sindicato dos Professores do DF (Sinpro) não havia sido homologado. Como o procedimento só foi realizado na tarde desta segunda (8) pela 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), os docentes irão receber a diferença em folha suplementar. Segundo a Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag), a previsão é que o pagamento seja feito até a sexta (12).
O não cumprimento do acordo causou mal-estar. Diretora do Sindicato dos Professores do DF, Rosilene Corrêa afirma que os profissionais ficaram abatidos. “Entendemos como uma punição à categoria. Eles poderiam ter retirado a ação e efetuado o pagamento. Muitas famílias foram prejudicadas, já que, em alguns casos, é a única fonte de renda”, disse Rosilene, antes de o acordo ser homologado.
Rosilene ressalta que a sensação da categoria é de descrédito em relação ao governo local. Ela lembra que não é a primeira vez que o GDF descumpre um acordo. “Em 2015, prometeram pagar a última parcela do reajuste salarial em outubro de 2016. Agora, mais uma vez, nos deixam frustrados”, reforça.
Devido à insatisfação dos profissionais, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) publicou um vídeo na tarde desta segunda (8), no Facebook, para anunciar o pagamento em folha suplementar.
O problema ocorre dois dias após os professores iniciarem a reposição das aulas interrompidas em função da greve. No último sábado (6), foram ministradas as primeiras classes. O prazo para regularizar os dias perdidos vai até 2 de setembro. O calendário está disponível na internet.