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Delatoras confirmam Johnny Wesley como líder da Máfia das Próteses

Três representantes comerciais da TM Medical colocam o neurocirurgião no centro das denúncias

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
Johnny
1 de 1 Johnny - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Embora o neurocirurgião Johnny Wesley Gonçalves Martins tenha negado a participação na Máfia das Próteses em audiência recente à Justiça, o médico é apontado por três representantes comerciais da TM Medical como o cabeça do esquema criminoso desvendado pela Operação Mr. Hyde em setembro do ano passado.

Em delação premiada homologada pela Justiça, Danielle Beserra de Oliveira, Rosângela Silva de Sousa e Sammer Oliveira Santos, funcionárias da empresa, não só confirmaram a existência do esquema como a participação incisiva do médico.

De acordo com Rosângela, as decisões sobre o valor do material e o aplicado no contrato, além da negociação quando o convênio não aceitava a quantia repassada, eram abertamente encabeçadas por Johnny.

Rosângela disse que, nos grupos internos de representantes comerciais da empresa no WhatsApp, Johnny Wesley fazia perguntas como: “A cirurgia do dr. fulano usou o quê?” ou “usou mais do que devia?”.

“Entre 15% e 30%”
Ainda de acordo com seu depoimento ao Ministério Público, Rosângela disse que, em relação ao recebimento de dinheiro por parte de médicos por trabalhar com determinada empresa, “ouviu, sim, na empresa que eles recebiam entre 15% e 30% dos valores pagos“, conforme o Metrópoles já havia mostrado em reportagem publicada no início de setembro do ano passado.

Johnny sempre apareceu no âmbito da investigação como sócio oculto da TM Medical. Mas, de acordo com Danielle, “Johnny era o dono da empresa”. A técnica em enfermagem afirmou que nunca se reportava à Mariza Martins, esposa do médico, para tratar de materiais. “Sempre ao dr. Johnny e ao Micael”.

No caso de divergências entre o dr. Johnny e Micael, era sempre a palavra do dr. Johnny que prevalecia, portanto, o dr. Johnny sempre demonstrava que tinha ascensão inclusive sobre o Micael

Depoimento de Danielle Beserra de Oliveira

Reprodução

No depoimento de Sammer Oliveira Santos, Micael Bezerra, sócio da TM, é citado como alguém que abria portas. Ela também contradiz as afirmações de que Johnny Wesley não seria um dos donos da empresa. Ao Ministério Público, disse que “para levar médicos para a empresa, primeiro era perguntado a ela quem era o dono e ela deixava claro que era Johnny Wesley”.

Reprodução

 

 

Réus por organização criminosa
Em 23 de setembro, Johnny Wesley se tornou réu, ao lado de outros 16 acusados de integrar a Máfia das Próteses. Todos foram denunciados pelo MPDFT por organização criminosa. A pena é de três a oito anos de prisão e multa. Johnny Wesley, entretanto, pode ter a punição agravada porque é acusado de ser um dos mentores do esquema.

Segundo as investigações da Polícia Civil e do MPDFT, a TM Medical fornecia órteses, próteses e equipamentos especiais. Quanto mais materiais caros eram usados em cirurgias para colocação de órteses e próteses, maior era a propina recebida pelos médicos, que chegavam a ganhar 30% extras sobre o valor pago pelos planos de saúde pelas intervenções cirúrgicas.

Além dos pacientes — muitos dos quais sofreram sequelas provocadas pelas lesões intencionais —, outro alvo do esquema são os planos de saúde, que acabavam pagando mais caro por uma cirurgia não necessária de órteses ou próteses. A propina geralmente era paga por depósito nas contas dos médicos ou então entregues em espécie nas proximidades dos hospitais onde ocorriam as cirurgias.

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