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Caesb revela que hidrômetro do Mané Garrincha não tem defeito

Segundo a empresa, também não houve erro na leitura. Isso quer dizer que a água foi efetivamente fornecida. Novas perícias serão feitas

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
Estádio Nacional Mané Garrincha – Brasília(DF), 03/08/2015
1 de 1 Estádio Nacional Mané Garrincha – Brasília(DF), 03/08/2015 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

A Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) liberou, nesta quarta-feira (19/7), o primeiro resultado das investigações sobre a conta de água do estádio Mané Garrincha referente ao mês de junho, que chegou a R$ 2.266.757, valor 67 vezes maior que a média de consumo da arena nos outros meses. Não houve problema na leitura e nem no hidrômetro. Isso quer dizer, segundo a empresa, que a água foi efetivamente fornecida.

Agora, os técnicos da estatal vão retornar ao Mané Garrincha para realizar novas perícias. Eles vão procurar vazamentos, infiltrações ou algum problema nas instalações que esteja fazendo com que a água seja lançada na rede de esgoto ou na de águas pluviais. Segundo informações da Caesb, pode haver problemas nos sistemas de irrigação do gramado ou no reuso da água (parte da água das chuvas é captada e utilizada na arena).

Como mostrou o Metrópoles com exclusividade nesta terça-feira (18), a conta de água e esgoto do estádio, com vencimento no último dia 20 de junho, atingiu o valor milionário impressionante, suficiente para pagar a fatura por quase cinco anos. Até então, a média não ultrapassava R$ 37 mil. O que chama a atenção é que o último jogo no Mané foi em 6 de maio, há mais de dois meses.

Os 94.295m³ (ou 94,2 milhões de litros de água) gastos pelo estádio Mané Garrincha no mês de junho seriam suficientes para abastecer cerca de 20 mil pessoas durante um mês. A quantidade garantiria água nas torneiras por 35 dias para moradores de uma cidade do porte da Candangolândia, que tem 16.848 habitantes, de acordo a última Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílio (PDAD), da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan).

Para se ter ideia, um morador do DF gasta, em média, 4.590 litros a cada mês. Somente essa fatura cobrada pela Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) supera em três vezes o gasto mensal de manutenção do estádio: R$ 700 mil.

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Sem uma justificativa para o gasto exorbitante, a Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap), proprietária do estádio, trabalhava com a hipótese de que pudesse haver uma falha no medidor. Tese derrubada pelos resultados da primeira perícia realizada pela Caesb.

Problemas recorrentes
A tarifa de R$ 2,2 milhões é um golpe ainda mais duro no bolso do contribuinte e nas contas da Terracap. A estatal tenta se reerguer de uma crise sem precedentes. Recentemente, a empresa anunciou o corte de funcionários e outras medidas para tentar equilibrar as contas. Além de passar a tesoura em três das sete diretorias, a estatal quer acelerar o Plano de Demissão Incentivada (PDI), em curso desde novembro de 2016.

Até dezembro, a agência espera que mais 100 funcionários concursados sejam desligados, totalizando 199 demissões. O enxugamento no quadro de pessoal, segundo cálculos da própria empresa, pode implicar em uma economia de R$ 25 milhões na folha salarial de 2017. Nos demais anos, esse valor pode subir para R$ 57 milhões a cada 12 meses.

 

Balanço negativo
A ideia é reduzir custos e aumentar a receita por meio de ações como descontos de 25% para pagamento à vista de imóveis, renegociação de dívidas e vendas de lotes em áreas como o Setor Noroeste.

A empresa amargou, no fim de 2016, prejuízo de R$ 255 milhões e tem um rombo de R$ 1,5 bilhão deixado por irregularidades nas obras do Mané Garrincha. De outro lado, as despesas da estatal seguiram na direção contrária: saltaram de R$ 623,3 milhões, em 2015, para R$ 637 milhões, no ano seguinte.

Os rolos e os clássicos do Mané:

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