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Quem é a servidora da PF de Brasília investigada por associação ao tráfico internacional

Moradora de Águas Claras, Hélida de Oliveira Vaz é suspeita de ajudar quadrilha especializada em levar cocaína para o exterior

atualizado

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Arquivo pessoal
mulher loira
1 de 1 mulher loira - Foto: Arquivo pessoal

A servidora da Polícia Federal Hélida de Oliveira Vaz, 32 anos, presa no DF na segunda-feira (4/9), no âmbito da Operação Brabo, foi solta. A mulher ganhou a liberdade após passar pela audiência de custódia na manhã desta terça (5). A decisão foi tomada pela 9ª Vara Criminal de São Paulo. A servidora da Polícia Federal (PF) saiu do tribunal acompanhada do advogado e deve retornar a Brasília nos próximos dias.

Hélida é suspeita de vazar informações para uma organização criminosa acusada de tráfico internacional de cocaína. Segundo as investigações, ela teria atuado no esquema realizando pesquisas “encomendadas” por criminosos no sistema da Polícia Federal.

O Metrópoles apurou que a mulher trabalha na corporação como “agente administrativa classe A” desde 2014, com remuneração bruta de R$ 4.768,72 por 40 horas semanais. O cargo exige nível médio. O concurso, realizado em Brasília pelo antigo Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (Cespe), hoje Cebraspe, é um dos investigados por suspeita de fraude na Operação Gabarito. Até o momento, 93 certames foram identificados, sendo que 81 vieram a público e os demais estão sob sigilo.

Natural do DF, a mulher cresceu em Brazlândia. Hélida chegou a abandonar os estudos quando engravidou mas, em 2003, voltou às salas de aula. Ela tinha 18 quando cursou o 1° ano do ensino médio em uma instituição pública da região administrativa.

Hoje, Hélida mora em Águas Claras, onde foi presa na segunda-feira (4), e tem uma vida badalada na capital federal. De acordo com colegas da Polícia Federal, é vista com frequência em festas de Brasília e costuma viajar bastante a lazer.

À reportagem, Hélida negou as acusações de que cooperou com uma quadrilha internacional de tráfico. “Sou inocente, tanto que a Justiça me liberou por falta de provas”, afirmou. Questionada se a servidora ficaria afastada das funções, a PF disse que não comentaria o caso, pois as investigações estão sob sigilo.

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No mesmo dia em que a servidora foi solta, a PF conseguiu prender mais um dos cerca de 40 foragidos na Operação Brabo. O alvo detido nesta terça é uma modelo que mora em São Paulo, identificada apenas como Larissa. Segundo apurou a reportagem, a mulher tinha contato direto com os traficantes que atuavam no Porto de Santos.

Entreposto
O grupo que coordenava o tráfico internacional de cocaína utilizava a cidade de São Paulo como entreposto, e o Porto de Santos como principal local de saída da droga. A quadrilha, segundo a PF, foi responsável por traficar mais de seis toneladas de cocaína pura para a Europa durante o período da investigação.

Ainda de acordo com a PF, funcionários do porto facilitavam a entrada da droga que vinha enrolada ao corpo de falsos trabalhadores, mudavam a direção das câmeras de segurança e, até mesmo, liberavam o acesso de veículos ao setor dos contêineres onde os entorpecentes eram descarregados. Imagens do circuito interno disponibilizadas pelos investigadores mostram a movimentação de traficantes no local.

Veja o vídeo

 

A operação mobilizou 820 policiais federais, que cumpriram 190 mandados de busca e apreensão, 120 de prisão preventiva e sete de prisão temporária no Distrito Federal, São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. Todos os documentos foram expedidos pela Justiça Federal de São Paulo.

As investigações tiveram início em agosto de 2016, após cooperação policial internacional entre a PF e o DEA, agência norte-americana de combate ao tráfico de drogas. Na análise de cinco apreensões de cocaína realizadas entre agosto de 2015 e julho de 2016 — três realizadas no Porto de Santos e duas num terminal da Rússia — foi verificado que se tratava de uma mesma quadrilha. As remessas totalizaram 2,1 toneladas do entorpecente.

O inquérito policial aponta que os investigados se articulavam em verdadeiras empresas criminosas. Diferentes grupos organizados e especializados, atuantes no Brasil e na Europa, se associavam entre si conforme as necessidades que tinham em cada negócio ilícito que pretendiam realizar. A cocaína pura vinha de países produtores, como a Colômbia, para ser estocada em diversos locais na cidade de São Paulo e ser enviada à Europa pela via marítima.

Desde agosto do ano passado, a PF realizou 14 apreensões de cocaína nos portos de Santos, Salvador e Itajaí (SC), além de alertar autoridades para que interceptassem carregamentos que já haviam sido remetidos aos portos de Antuérpia (Bélgica), Shibori (Inglaterra), Gioia Tauro (Itália) e Valência (Espanha). Essas apreensões totalizaram outras 5,9 toneladas de cocaína pura que deixaram de abastecer o tráfico europeu.

Veículos de luxo
A Polícia Federal confiscou mais de 20 motos e carros de luxo na operação. Os automóveis eram de traficantes investigados na Operação Brabo. Entre as apreensões, estão modelos das marcas Porsche, BMW, Mercedes, Audi e Land Rover. Todos foram guardados em um depósito próximo à Polícia Federal de São Paulo.

A Justiça havia ordenado o confisco de mais de 100 automóveis e de cerca de 40 imóveis — casas e apartamentos de luxo em São Paulo e na região de Santos.

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Brabo
O nome da operação remete a um dos destinos da droga, o porto de Antuérpia (Bélgica). Brabo seria um soldado romano que teria libertado os habitantes da região do Rio Escalda, onde se localiza a cidade belga, do controle de um gigante. Após a batalha, o guerreiro teria jogado a mão decepada do inimigo no rio. Essa lenda deu origem ao nome da cidade.

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