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Aliado de Cunha apresenta voto alternativo ao relatório do Conselho

Voto do deputado João Carlos Bacelar (PR-BA) propõe a suspensão do mandato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por três meses, por ter omitido a existência de “trustes” no exterior

atualizado

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Eduardo Cunha
1 de 1 Eduardo Cunha - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O deputado João Carlos Bacelar (PR-BA) apresentou voto em separado no Conselho de Ética da Câmara em que propõe a suspensão do mandato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por três meses, por ter omitido a existência de “trustes” no exterior. A informação foi antecipada pela Coluna do Estadão.

Aliado de Cunha, o deputado baiano apresentou nesta terça-feira (7/6) um voto em separado como alternativa ao parecer oficial do relator no conselho, deputado Marcos Rogério (DEM-RO), que pede a cassação do presidente afastado da Câmara. Apesar de já ter sido apresentado, o voto de Bacelar só será votado no colegiado caso o parecer de Rogério seja rejeitado.

A apresentação do voto em separado já vinha sendo articulada desde a semana passada. Aliados de Cunha usaram o parecer em separado como um “aceno” para tentar convencer deputados a mudarem de voto e passarem a votar contra a cassação do presidente afastado da Câmara.

Antes de apresentar o voto, João Carlos Bacelar pediu a Marcos Rogério que retirasse de seu parecer oficial a imputação a Cunha de recebimento de vantagem indevida, deixando apenas a acusação por ter mentido à CPI da Petrobras em 2015 que não possuía contas secretas no exterior. Para Bacelar, Cunha apenas omitiu, pois “trustes” não são contas bancárias.

Segundo o deputado, seu pedido a Rogério está de acordo com determinação dada pelo presidente interino da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), para que o parecer do relator se restringisse ao escopo inicial da representação. Caso Rogério acate o pedido, o deputado do PR disse que não apresentará seu voto em separado. Rogério não respondeu ao pedido.

O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) criticou o voto em separado de Bacelar. Em discurso, o parlamentar carioca também cobrou à presença no Conselho de Ética da deputada Tia Eron (PRB-BA), cujo voto é considerado decisivo para que o colegiado aprove a cassação de Cunha. Após quase quatro horas de sessão, Tia Eron ainda não havia chegado à sessão.

O líder do PSOL na Câmara, deputado Ivan Valente (SP), também cobrou a presença de Tia Eron. Ele lamentou que o conselho esteja dependendo do voto da deputada da Bahia para cassar o presidente afastado da Casa. Para o parlamentar paulista, a situação é uma “vergonha”.

“Criminoso”
O deputado Onix Lorenzoni (DEM-RS) disse nesta terça-feira, durante, reunião do Conselho de Ética para votar o relatório de Marcos Rogério (DEM-RO) que pede a cassação de Eduardo Cunha por quebra de decoro parlamentar, que seguirá o voto do relator. E justificou: “Criminoso para mim é criminoso. E estamos diante de evidências que são inegáveis. Houve a ausência do respeito ao público e do que é público. As escolhas que Eduardo Cunha fez o colocaram diante deste colegiado.”

Em sua explanação, o deputado Bebeto (PSB-BA) criticou “a soberba” de Cunha, afirmou que o truste do peemedebista foi utilizado para fins ilícitos e disse que seu partido, o PSB, vai acompanhar o voto do relator porque a Casa não pode se apequenar

Já o deputado Assis Carvalho (PT-PI) acusou Cunha de fazer “jogo de poder” para influenciar membros do parlamento. Segundo o petista, com pautas-bomba, o peemedebista criou condições de “ingovernabilidade” ao País nos anos de 2015/2016.

Pedido de prisão
Em nota divulgada no início da tarde desta terça-feira (7/6) por sua assessoria de imprensa, o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) não quis contestar as razões que levaram o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a pedir sua prisão, mas disse que viu a medida com estranheza.

Em um breve comunicado, Cunha diz que o pedido visa constranger os membros do Conselho de Ética para forçá-los a votar pela sua cassação.

“Não tomei ciência do conteúdo do pedido do Procurador Geral da República, por isso não posso contestar as motivações. Mas vejo com estranheza esse absurdo pedido, e divulgado no momento da votação no Conselho de Ética, visando a constranger parlamentares que defendem a minha absolvição e buscando influenciar no seu resultado”, diz a nota.

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