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Morre Cesar Mata Pires, dono da OAS, que negociava delação premiada

O empresário detinha maior parte das ações e era um dos fundadores da construtora, alvo da Lava Jato. Ele sofreu um infarto fulminante

atualizado

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Mastrangelo Reino/Folhapress
empreiteira OAS, Cesar Mata Pires
1 de 1 empreiteira OAS, Cesar Mata Pires - Foto: Mastrangelo Reino/Folhapress

O maior acionista e um dos fundadores da empreiteira OAS, Cesar Mata Pires, morreu nesta terça-feira (22/8), em São Paulo. O empresário foi vítima de um infarto fulminante. Pires, que, segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, negociava acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR), caminhava pelo bairro do Pacaembu, na capital paulista, quando sofreu o infarto.

As informações são da coluna de Fausto Macedo, do jornal O Estado de S. Paulo. A construtora é um dos principais alvos da maior operação contra corrupção da história do Brasil, a Lava Jato.

Delação
O início das tratativas para delação premiada do executivo começaram em 2016. Mas, após informações vazarem à imprensa, os investigadores suspenderam as negociações. Retomaram as conversas neste ano, incluindo acionistas entre os delatores da empresa. Porém, a morte de Mata Pires deve atrasar a assinatura do acordo.

A OAS, segundo seu próprio site, foi criada em 1976, na Bahia, com atuação no setor de engenharia e infraestrutura. “Hoje, é um conglomerado multinacional brasileiro, de capital privado, que reúne empresas presentes em território nacional e em mais de 20 países.”

Fortuna
César Mata Pires acumulou uma das maiores fortunas do Brasil construindo estádios para a Copa do Mundo, plataformas de petróleo e rodovias, do Haiti a Angola. No auge, em 2014, seu patrimônio líquido chegou a US$ 7 bilhões. Em 2015, após a operação Lava Jato, a fortuna encolheu para US$ 1 bilhão.

Em 2014, a Polícia Federal realizou buscas na sede paulistana de sua empresa, a OAS. Prendeu vários executivos por uma suposta participação em um cartel que pagava funcionários da Petrobras para fraudar o processo licitatório e obter contratos.

Antônio Carlos Magalhães
Pires era casado com Tereza, filha de um dos principais políticos da história da Bahia, o ex-senador e ex-governador do estado Antônio Carlos Magalhães — morto há 10 anos. O crescimento da empresa acompanhou a ascensão de ACM. Foi, inclusive, durante uma das gestões do político na chefia do Executivo estadual que a OAS alavancou seu patrimônio.

Na década de 1970, a empreiteira reformou o Aeroporto 2 de Julho, de Salvador, recentemente batizado de Deputado Luís Eduardo Magalhães, o que multiplicou o faturamento da construtora. À época, ACM governava a Bahia.

Já na década de 1990, o político e o genro se desentenderam diversas vezes. ACM, então senador, inclusive, teria pedido ao Executivo baiano a suspensão de pagamentos devidos à OAS, como retaliação.

Apesar da troca de favores entre OAS e o político, ACM negava participação na empresa. Em entrevista à revista Istoé, em 1999, ele minimizou a relação com a construtora. “Tenho é alguns problemas pessoais com o dono de lá, mas eu não tenho nada com a OAS, nem com os seus êxitos nem com seus possíveis fracassos. A não ser que o presidente da OAS é casado com a minha filha”, rechaçou.

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