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Delator do esquema de propinas da Petrobras prepara biografia

Delator do esquema de propinas na Petrobras, Alberto Youssef está preso. O juiz Sérgio Moro analisa pedido dele para coleta de documentos

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Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
1 de 1 Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil - Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Um dos principais operadores financeiros alvo da Operação Lava Jato quer registrar sua história em livro. Alberto Youssef, que revelou as entranhas do esquema de corrupção instalado na Petrobras entre 2004 e 2014, pediu ao juiz federal Sérgio Moro licença — negada inicialmente pelo magistrado — para ir a Londrina (PR), onde nasceu. O objetivo do delator é buscar documentos que, segundo ele, vão ajudar a desenvolver sua biografia.

A defesa de Youssef relatou a Moro que o doleiro fechou um acordo com uma editora e um autor/biógrafo “para lançamento de uma obra literária, de não ficção, do gênero biografia, tipo reportagem”.

A Lava Jato prendeu Youssef em março de 2014. A força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) o acusou de ser o principal operador de propinas no bilionário esquema de corrupção na Petrobras. Ele e o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, que também fez delação, atuavam como tentáculos do PP na arrecadação de propinas.

Youssef passou dois anos e oito meses na prisão. Deixou o cárcere em novembro de 2016 e mora em São Paulo.

A defesa de Youssef relatou a Moro que os contratos do futuro livro “preveem que o autor deverá entregar os originais da obra até 31 de dezembro de 2017”. “Está clausulado (cláusula 1ª, parágrafo primeiro) que o biógrafo, no caso Alberto Youssef, deverá disponibilizar documentos e (cláusula 9ª) para colaborar com o autor na elaboração da obra”, narrou a defesa.

“Tais contratos impõem ao colaborador neste trabalho lícito que gerará recursos para sua subsistência, se deslocar até sua cidade natal, Londrina/Paraná com a finalidade de fazer pesquisas e buscar documentos e informações que serão repassadas ao autor da obra, conforme previsto em contrato.”

Youssef queria ficar em sua cidade natal de 2 a 7 de agosto. O operador, condenado na Lava Jato e cumprindo pena em regime aberto, em São Paulo, pediu autorização a Moro em 28 de julho, sob alegação de “razões pessoais e familiares”. O MPF foi favorável ao pedido, mas o juiz não autorizou.

Ao negar a solicitação de Youssef, na terça-feira (1º/8), o magistrado afirmou que a defesa não havia apresentado “quaisquer esclarecimentos sobre a necessidade da viagem”. Moro anotou que o argumento de Youssef era “genérico”.

Na quarta-feira (2), a defesa do operador pediu para que o juiz da Lava Jato reconsiderasse a decisão e explicou que a viagem estava ligada à biografia.

“Considerando o custo das passagens aéreas e a necessidade de autorização judicial para realizar a viagem, requer-se seja deferido a autorização para o mês de agosto, se comprometendo o colaborador, em sendo deferido o pleito, informar antecipadamente as datas de ida e retorno (viagem que não excederá cinco dias), informando desde já que será mantido o endereço já declinado para cumprimento da limitação noturna”, requereu a defesa de Youssef.

O magistrado ainda não decidiu sobre o novo pedido.

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