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“Amora” é livro lésbico necessário à literatura brasileira

O livro de contos da escritora Natália Borges Polesso foi vencedor do prêmio Jabuti de 2016

atualizado

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Beautiful women having fun in the street.
1 de 1 Beautiful women having fun in the street. - Foto: iStock

O livro “Amora”, da gaúcha Natália Borges Polesso, foi o vencedor do Prêmio Jabuti de Literatura em 2016 na categoria Contos, batendo até mesmo o mestre Luís Fernando Veríssimo. Todas as histórias da obra são protagonizadas por mulheres lésbicas.

Natália começou a escrever em 2005 no seu blog pessoal A Inércia de Alice, que ela alimentou até 2015. No meio desse tempo, o sucesso de seus textos a levaram a ser convidada para colaborar com o jornal semanal da sua cidade, Caxias do Sul (RS). Publicou o primeiro livro quando venceu um edital regional. O segundo, de poemas, foi por meio de uma editora.

O terceiro livro, “Amora” (como se fosse amor no feminino), foi lançado em 2015 pela Não Editora, por meio do edital Financiarte, e conta com 33 contos. Ao ser anunciado na lista dos finalistas, Natália viu seu livro concorrer com grandes contistas do Brasil, como Rubem Braga. Ela diz que só a indicação já era uma grande vitória, mas jamais esperaria conquistar o prêmio.

Além da categoria contos, seu livro também ganhou a no quesito Escolha do Leitor, onde as pessoas votam pelo site da Amazon.

A premiação lhe rendeu, além de notoriedade, uma excelente oportunidade de trabalho. Fazendo pós-doutorado em literatura, Natália viaja o Brasil e o mundo oferecendo cursos de escrita. Por conta do Jabuti, ela já foi levada até o Festival de Macau, na China, para falar sobre seu trabalho.

 Laine Bacarol/Divulgação
Natália Borges Polesso, autora de “Amora”: primeiro livro fora do armário

 

Atualmente, ela desenvolve um livro-instalação com o artista plástico e escritor brasiliense Léo Tavares.

É maravilhoso ver um jovem talento despontando em uma linha da literatura lésbica, tida como invisível no cenário brasileiro. Natália fala que “Amora” é seu primeiro livro fora do armário.

Ela sabe que não inventou a roda. Antes dela, outras mulheres também escreveram imbuídas do mesmo sentimento, como Angélica Freitas, Micheline Verunsk, Conceição Evaristo e Cidinha da Sila.

É sempre preciso lembrar: há o dia do orgulho LGBT e o dia da visibilidade lésbica. Frequentemente esquecemos que a relação entre mulheres geralmente são representadas sob o olhar do desejo masculino.

É alentador ver a prosa poética de Natália Borges ser agraciada com o mais alto prêmio de literatura do nosso país. Isso confere às lésbicas representatividade de excelente qualidade artística. Ela(s) merece(m).

Reprodução

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