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O biquíni comemora 70 anos em 2016. Conheça a história da peça

A roupa de banho mudou muito desde a sua criação. Vestidos viraram maiôs, depois biquínis comportados, que diminuíram de tamanho e agora aumentaram de novo

atualizado

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O Brasil é o país que mais fabrica, consome e dita tendências de moda praia no mundo. As nossas modelagens são reconhecidas internacionalmente, tanto por seu estilo ousado, tamanho pequeno e também pela qualidade e diversidade de modelos. Essa fama aumenta ainda mais quando quando falamos de biquíni. As areias brasileiras popularizam o asa-delta, a tanguinha, o estilo enroladinho e, não podemos esquecer, a combinação da calcinha de lacinho com o sutiã de cortininha.

Por isso, quando a peça completa 70 anos, em julho deste ano, as areias brasileiras tem que celebrar. Afinal, parte da fama do litoral brasileiro, se deve ao biquíni. A peça usada por Helô Pinheiro e desfilada pela praia de Ipanema, por exemplo, ajudou a carioca a virar inspiração para uma das mais conhecidas músicas do país. Já Leila Diniz virou um símbolo do feminismo quando exibiu a sua barriga de grávida em um simples modelo azul — quebrando tabus impostos por décadas.

De uma maneira de outra, a roupa de banho de duas peças, faz parte da cultura pop do país. E apesar do biquíni não ter sido criado no Brasil, ele é muito mais brasileiro que muita caipirinha por aí.

A criação
O modelo, que virou a cara do Brasil, foi inventado, na verdade, por um francês, em 1946. O estilista Louis Réard desenhou a primeira peça, toda em algodão, com um tecido que imitava a página de um jornal. Na época, foi um escândalo e a criação foi condenada pelas autoridades religiosas, sendo proibido em muitos países.

A reação foi tão negativa que Réard não conseguiu nenhuma modelo que aceitasse usar um traje de banho tão pequeno, afinal mostrar o umbigo naquele tempo era simplesmente inaceitável. A primeira mulher vesti-lo em público foi a dançarina de casino Micheline Bernardini, fotografada na borda de uma piscina em Paris, no dia 5 de julho de 1946 (veja foto na galeria).

Mosaico, descoberto em Villa Romana del Casale, na Itália, com seus ladrilhos coloridos mostra mulheres praticando esportes e se exercitando na praia com algo que lembra um biquíni

 

O estilista escolheu o nome original, Bikini, inspirado em no atol de mesmo nome, que fica no Oceano Pacífico. Na época, o local estava sendo usado como espaço para testes nucleares americano, onde várias bombas eram explodidas. Réard então deu o nome à sua invenção por também ser um fato explosivo e bombástico.

Existem, entretanto, registros de peças parecidas com o biquíni na época dos greco-romano, no terceiro século antes de Cristo. Um mosaico, descoberto em Villa Romana del Casale, na Itália, mostra mulheres praticando esportes e se exercitando com algo que lembra a vestimenta. E esse não é o único registro do biquíni nessa época. Em Pompeia, também na Itália, arqueólogos descobriram várias estátuas da deusa Vênus vestida com trajes similares.

A popularização
Nos anos 1950, as atrizes de cinema e as pin-ups americanas foram as maiores divulgadoras do biquíni. A peça ganhou o coração de homens e mulheres, entretanto, quando Brigitte Bardot, em 1956, usou um modelo xadrez vichy adornado com babadinhos, no filme “E Deus Criou a Mulher”.

O fato das divas de Hollywood não terem vergonha de utilizar o traje, influenciou a disseminação desta moda praia nos mais diversos pontos do planeta. E também ajudou a criar novos cortes de tops e calcinhas.

As “hot pants”, por exemplo, que já haviam feito parte dos primeiros trajes de banho no começo do século, foram disseminada novamente, nos anos 1960, pela estilista inglesa Mary Quant, inventora da minissaia. Nos Estados Unidos, o designer Rudi Gernreich ousou ainda mais e, em 1964, se desfez da parte de cima do biquíni e assim surgiu o topless.

Arte: Joelson Miranda/Metrópoles

Mas foi o Brasil, a partir dos anos 1970, que ganhou a fama por ditar as tendências de moda praia. O modelo enroladinho, o asa-delta e o de lacinho nas laterais, além do sutiã de cortininha são todas invenções criadas no país ou disseminadas nas areias daqui. O engraçado é que, apesar de ser popular no país, o biquíni só começou a ser usado nas praias brasileiras no final dos anos 1950 graças às vedetes, como Carmem Verônica e Norma Tamar — bem depois de outros países.

Obviamente não demorou, entretanto, para o traje cair no gosto das mulheres e tomar conta do verão tropical — e também causar arrepio nos políticos conservadores. O topless, por exemplo, não se popularizou no país, mas mesmo assim, com receio da novidade, o então prefeito de São Paulo, Prestes Maia, chegou a proibir as mulheres de tirar a parte de cima do traje em piscinas públicas. Jânio Quadros, quando eleito para a presidência da República em 1960, baniu o uso de maiôs em concursos de beleza e o uso de biquínis nas praias. Claro que a determinação não vingou.

Na década seguinte, um novo modelo ganhou a cabeça, ou melhor, os corpos das banhistas. A tanga, uma versão menor do biquíni, mudou o cenário. A modelo Rose di Primo era a musa da tanga nas praias cariocas. E a peça continuou diminuindo quando surgiu o imbatível fio-dental.

Nos anos 90, a moda praia ganhou seu espaço. Acessórios e roupas começaram a fazer parte dos trajes de banho, como a saída de praia, as sacolas coloridas, os chinelos, óculos, chapéus, cangas e toalhas. A moda praia já é uma das mais importantes do país e virou um importante símbolo pop do país.

Veja na galeria abaixo, mulheres que marcaram seu tempo usando a famosa roupa de banho.

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